Resultado preliminar indica dois ítalo-brasileiros eleitos na Itália

Parlamento italiano reserva quatro cadeiras da Câmara e duas do Senado à América do Sul

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Mulher olha tela com resultado de pesquisa boca-de-urna da eleição italiana na segunda (5), em Roma
Mulher olha tela com resultado de pesquisa boca-de-urna da eleição italiana na segunda (5), em Roma - Andreas Solaro - 5.mar.2018/AFP
Madri

Os resultados preliminares das eleições de domingo (4) indicam que dois italianos nascidos no Brasil foram eleitos à Câmara dos Deputados da Itália: Fausto Longo e Luis Roberto Lorenzato. Os nomes, no entanto, ainda não foram confirmados –o anúncio oficial dos eleitos pode demorar dias.

O Parlamento italiano reserva quatro cadeiras da Câmara e duas do Senado à circunscrição da América do Sul. São legisladores eleitos pelos italianos residentes nessa região, entre os quais 400 mil vivem no Brasil. Eles têm os mesmos poderes dos deputados e senadores eleitos dentro da Itália.

Havia uma ítalo-brasileira dentro da legislatura anterior, Renata Bueno.

Os resultados preliminares sugerem que esses quatro assentos da Câmara foram ocupados por quatro siglas distintas: Maie (27,7%), Usei (18,7%), Partido Democrático (16,2%) e Liga (11,7%). Os candidatos mais votados dentro de cada uma dessas listas devem ser eleitos, segundo a lei eleitoral italiana.

O representante do Partido Democrático na América do Sul é o arquiteto Fausto Longo, que foi antes senador italiano. Já o principal candidato da Liga, de direita ultranacionalista, é Luis Roberto Lorenzato, advogado e proprietário de uma vinícola.

Segundo os números provisórios, nenhum italiano nascido no Brasil foi eleito ao Senado, em que dois partidos conseguiram tomar um assento cada um: o Maie (31,6%) e o Usei (20,4%).

A Câmara italiana é formada por 630 deputados. Já o Senado reúne 315 legisladores eleitos e cinco vitalícios. O voto é facultativo na Itália.

Apesar de os deputados e senadores eleitos na América do Sul representarem a Itália, e não suas circunscrições, suas campanhas foram marcadas por acenos à população italiana no exterior.

Uma das plataformas clássicas é prometer agilizar o processo de reconhecimento da cidadania, que hoje leva anos. Bueno, por exemplo, aprovou um incremento de verbas aos consulados durante seu mandato.

Outro interesse desses legisladores é o de reforçar a corrente comercial entre Brasil e Itália, reduzida em 30% desde 2013, data da última eleição italiana (foram US$ 7,5 bilhões em 2017).

“A eleição é uma oportunidade de melhorar as relações da Itália com o Brasil e seus duplos cidadãos”, disse à Folha Lorenzato, da Liga, cuja campanha foi baseada na defesa das leis atuais de cidadania por descendência direta. “Apresentamos aos cidadãos quais são os seus direitos.”

A reportagem também procurou Fausto, do Partido Democrático, que preferiu não se manifestar até que sua eleição seja oficializada.

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