Carlos Alvarado, de centro-esquerda, é eleito presidente da Costa Rica

Ex-ministro vence 2º turno com vantagem de 21 pontos para pastor evangélico Fabricio Alvarado

Carlos Alvarado, de centro-esquerda, é eleito presidente da Costa Rica
O ex-ministro Carlos Alvarado gesticula antes de votar em San José, na Costa Rica; ele foi eleito com 60% dos votos - Kent Gilbert/Xinhua
São Paulo e San José | Associated Press, AFP e Reuters

O ex-ministro Carlos Alvarado, 38, do governista Partido da Ação Cidadã (centro-esquerda), foi eleito presidente da Costa Rica depois de derrotar o pastor evangélico Fabricio Alvarado no segundo turno neste domingo (1º).

Com 95,04% das urnas apuradas, ele liderava o pleito com 60,79% dos votos válidos, contra 39,21% do rival do Partido Restauração Nacional (direita). O comparecimento foi de 67% dos cerca de 3 milhões de eleitores.

A disputa foi declarada irreversível às 20h05 (23h05 em Brasília). Minutos depois, Fabricio Alvarado ligaria para Carlos e concederia a derrota. "Não vencemos, mas podemos aceitar esse resultado de cabeça erguida", disse a seus seguidores.

O resultado contraria as pesquisas feitas nas semanas anteriores ao pleito, que davam uma disputa apertada entre os dois. Carlos Alvarado também reverteu a vantagem de Fabricio no primeiro turno (21,6% contra 24,7%).

A eleição foi dominada pelo debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Dias antes do primeiro turno, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, com sede em San José, capital costa-riquenha, orientou o país a admitir os matrimônios.

A decisão impulsionou a candidatura do pastor, contrário às uniões, levando-o ao segundo turno. Porém, também fez com que o eleitorado mais à esquerda optasse pelo ex-ministro, que aprofundou sua defesa do veredicto da CIDH e do Estado laico, além da união do país e da renovação política após uma eleição muito polarizada.

Jornalista e cientista político, Carlos Alvarado ocupou as pastas do Desenvolvimento Social e do Trabalho, ficando responsável pelos programas de apoio à população mais pobre do governo de Luis Guillermo Solís.

Sua imagem, porém, não foi afetada pelo escândalo de tráfico de influência do atual presidente, assim como pelo aumento da violência relacionada com a criminalidade. 

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