May nomeia filho de paquistaneses para comandar pasta que cuida de migração

Sajid Javid foi escolhido como novo secretário de Interior, após renúncia de Amber Rudd

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Londres | Reuters e AFP

A primeira-ministra britânica, Theresa May, nomeou nesta segunda-feira (30) um novo secretário de Interior, Sajid Javid, após a renúncia de Amber Rudd pelo escândalo no tratamento dado a imigrantes procedentes do Caribe, em uma nova crise de seu governo.

Filho de imigrantes paquistaneses, Javid tentou apaziguar a revolta de minorias étnicas com as metas imigratórias britânicas, reveladas no final de semana, dizendo que sua própria família poderia ter sido um alvo e que o governo está trabalhando para "acertar as coisas".

É a primeira vez que a pasta do Interior, responsável pela política de migração do Reino Unido, será comandada por alguém de ascendência paquistanesa. Antes de assumir o cargo, ele comandava o Ministério de Habitação, Comunidades e Governo Local. 

Diferente de sua antecessora, uma das principais defensoras da União Europeia no gabinete, ele é considerado mais crítico em relação ao bloco.  

Com a saída de Rudd, May volta a se ver na berlinda para defender uma política migratória da qual foi uma das idealizadores quando era ministra do Interior, de 2010 a 2016, no governo do conservador David Cameron.

Rudd, que renunciou no domingo (29), estava na corda bamba depois que se descobriu que sua pasta tinha metas a cumprir de expulsão de imigrantes em situação clandestina.

Em um primeiro momento, ela negou a uma comissão parlamentar saber da existência das metas, mas depois voltou atrás e reconheceu que sabia do caso. "Enganei de forma involuntária a Comissão Parlamentar de Assuntos Internos nos objetivos de deslocamento dos imigrantes clandestinos", disse em sua carta de renúncia.

Ela teve que falar a comissão devido ao ao escândalo que ficou conhecido como "Windrush". 

O nome faz referência a um navio que esteve entre os primeiros a transportar trabalhadores de colônias britânicas no Caribe para o Reino Unido para ajudar a diminuir o déficit de força de trabalho depois da Segunda Guerra Mundial. Quase 500 mil pessoas fizeram parte desse movimento entre 1948 e 1971.

Os migrantes ganharam o direito de permanecer em território britânico por tempo indeterminado, mas recentemente, parte deles passou a ser ameaçada de deportação, dando início a uma onda de críticas no país.  

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