Trump convida Putin para visita à Casa Branca

Convite foi feito durante telefonema entre os dois no último dia 20

Os presidentes dos EUA, Donald Trump (dir), e da Rússia, Vladimir Putin, conversam durante cúpula em Danang, no Vietnã, em novembro de 2017 - Jorge Silva - 11.nov.2017/Reuters
Estelita Hass Carazzai
Washington

Em um conturbado momento das relações entre a Rússia e o ocidente, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convidou o presidente russo, Vladimir Putin, para uma visita à Casa Branca, segundo informou um assessor do Kremlin nesta segunda (2).

O convite foi feito durante uma ligação telefônica entre os dois mandatários, no dia 20 de março –quando Trump parabenizou o russo pela vitória nas eleições, contrariando a recomendação de assessores em função das suspeitas de fraude e do engessado sistema político do país. 

O governo dos EUA confirmou que os dois líderes falaram, na ocasião, sobre a possibilidade de um encontro bilateral “num futuro não muito distante”, mas que vários lugares foram cogitados para a realização do evento, incluindo a Casa Branca. 

"Eu espero que os americanos não voltem atrás em sua própria proposta de discutir a possibilidade de sediar um encontro", afirmou Yury Ushakov, assessor do Kremlin, nesta segunda. "Foi Trump quem propôs sediar o evento em Washington, na Casa Branca."

Ainda não há data ou local definidos para o encontro.

CONTEXTO

O anúncio desta segunda ocorre em meio a uma crise diplomática entre a Rússia e o ocidente, entre acusações de interferências em eleições estrangeiras e de envolvimento do governo russo em uma tentativa de homicídio.

O Kremlin é suspeito de ter sido o mandante do envenenamento de um ex-espião russo e de sua filha no Reino Unido. Os dois foram vítimas de uma arma química produzida na Rússia, segundo o governo britânico, e criada pelos soviéticos nos anos 1970. 

Governos de 23 países, incluindo os EUA, anunciaram a expulsão de diplomatas russos, em retaliação ao crime. Em resposta, a Rússia anunciou quatro dias depois a expulsão de 60 diplomatas americanos, e fechou o Consulado dos EUA em São Petersburgo.

O governo de Putin nega e atribui as acusações a uma campanha anti-Rússia.

Investigado pelo suposto envolvimento de sua campanha à Presidência com os russos, Trump tem demonstrado simpatia por Putin, mas ao mesmo tempo anunciou sanções contra o país pela interferência nas eleições presidenciais e criticou enfaticamente, inclusive na Estratégia de Segurança Nacional de sua gestão, a ameaça da Rússia à soberania econômica dos EUA.

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