O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio (PSDB), não vai receber o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, que visita a capital amazonense nesta quarta-feira (27), no seu segundo dia de viagem pelo Brasil.
Depois de provocar mal-estar com um pronunciamento onde cobrou uma ação mais "enérgica" do governo brasileiro para isolar o governo de Nicolás Maduro na Venezuela, na terça-feira (26), em Brasília, Pence chega a Manaus para visitar famílias de imigrantes venezuelanos que vivem em um dos cinco abrigos da cidade.
Segundo o próprio Arthur Virgílio relatou durante uma entrevista na terça, a ausência dele no encontro com Pence foi motivada por exigências do protocolo de segurança da comitiva norte-americana.
A segurança teria exigido que Virgílio e o governador do Amazonas, Amazonino Mendes, comparecessem ao aeroporto internacional de Manaus até, no máximo, 9h, quase duas horas antes do horário previsto para a chegada da aeronave. A equipe de Pence também não permitiu a presença da primeira-dama.
"Eu fico desde 9h, ele chega 10h40 para ver como é que nós estamos tratando os venezuelanos. [...] Ele quer ver sozinho e mais: vem com a mulher dele e não quer que eu leve a minha. Eu não perco nada não vendo o vice-presidente Pence. E ele não perde nada não me vendo, então é um zero a zero bacana e está tudo resolvido", declarou Virgílio.
Em nota horas depois, ele se disse contrariado com o tamanho da equipe de segurança do vice-presidente americano e comparou a recepção de imigrantes em Manaus com a separação dos imigrantes ilegais que entram nos EUA.
"Por favor, volte para sua casa. O ACNUR reconheceu o trabalho de acolhimento aos venezuelanos feito por Manaus. Não tente me ensinar a ser solidário. Os mexicanos podem falar sobre o tratamento que o seu país dá a eles”, declarou.
O governador do Amazonas, Amazonino Mendes (PDT), também não deve se encontrar com Pence. De acordo com a Secretaria de Estado de Comunicação, Amazonino está reunido com o ex-prefeito de Nova York Rudolph Giuliani, com quem dará uma entrevista coletiva nesta quarta sobre o Plano de Segurança Pública que está sendo elaborado com a consultoria de Giuliani.
Além disso, segundo a Secom, não foi discutida nenhuma agenda oficial com a comitiva norte-americana.
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