Coreias criam escritório de ligação e acordam discutir reunificação familiar

Reuniões, que também tratarão de temas militares, devem ocorrer ainda neste mês

O ministro da Unificação sul-coreano, Cho Myoung-gyon (esq) cumprimenta o colega do Norte Ri Son Gwon, em Panmunjon, na DMZ - Ministério da Unificação da Coreia do Sul/AFP
Seul e Nova York | Reuters e Associated Press

As duas Coreias concordam em uma reunião de alto nível nesta sexta-feira (1º) realizar conversas neste mês sobre temas militares e a reunificação de famílias divididas pela guerra. 

O encontro ocorreu no vilarejo de Panmunjom, na Zona Desmilitarizada das Coreias, entre o ministro da Unificação do Sul,  Cho Myoung-gyo, e o diretor do comitê da reunificação pacífica do Norte,  Ri Son Gwon.

As conversas sobre questões militares ocorrerá em 14 de junho no lado norte de Panmunjon; sobre intercâmbio esportivo, no lado sul em 18 de junho; e sobre as reunificações familiares no monte Kumgang, no norte, em 22 de junho.

A guerra da Coreia (1950-53) terminou com uma trégua e não um tratado de paz.

As reunificações das famílias é um tema sensível que poderia ajudar a restaurar a confiança mútua, mas que não tem avançado devido à falta de engajamento político, disse Elhadj As Sy, secretário-geral da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, que esteve em Seul para discutir planos para os encontros. 

"Com mais engajamento e abertura política, muitos obstáculos serão levantados", disse Sy. 

A federação espera que a Coreia do Norte permita que ela forneça mais ajuda à população. Segundo Sy, cerca de 10 milhões de norte-coreanos, ou 10% da população, precisam de ajuda humanitária. 

As duas Coreias também concordam em abrir um escritório de ligação na cidade norte-coreana de Kaesong, na fronteira. O local abrigava um parque industrial até 2016. 

Enquanto isso, nos EUA, um dos principais assessores do ditador norte-coreano, Kim Jong-un, deixou seu hotel em Nova York em um comboio de SUVs em direção a Washington.

Kim Yong-chol, ex-chefe da inteligência militar, leva uma carta do ditador para ser entregue pessoalmente ao presidente Donald Trump. 

Ele é o funcionário norte-coreano de mais alto escalão a visitar os EUA em 18 anos, e sua viagem à Casa Branca será um sinal simbólico do aliviamento das tensões entre os dois países. Em 2000, o vice-marechal Jo Myong Rok se encontrou com o presidente Bill Clinton e a secretária de Estado Madeleine Albright, em Washington.

Sua presença foi permitida nos EUA apesar de ele estar na lista de sanções dos EUA, e autoridades norte-coreanos normalmente não têm permissão para deixar a área de Nova York. 

Apesar da melhora nos sinais, em encontro na quinta-feira com o chanceler russo, Serguei Lavrov, o ditador Kim reclamou da influência americana. "Enquanto nos movemos para nos ajustar à situação política tendo em vista a hegemonia americana, estou disposto a trocar opiniões detalhadas e profundas com sua liderança", disse o ditador a Lavrov. 

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