Três mulheres são esfaqueadas em manifestação pró-aborto no Chile

Autores são homens encapuzados suspeitos de serem neonazistas; governo pede investigação

De roupa preta, mulher usa lenço verde no pescoço e pintou seu rosto com uma mão vermelha, simulando um tapa. Ao fundo, outras pessoas protestam.
Manifestante usa pano verde, mesma cor usada pelas ativistas pró-aborto na Argentina, em protesto pela interrupção da gravidez no Chile - Jorge Villegas - 25.jul.18/Xinhua
Santiago | AFP

O governo do Chile pediu nesta quinta-feira (26) a abertura de processo para investigar o esfaqueamento de três mulheres que participavam de uma manifestação pela legalização do aborto em Santiago na quarta-feira (25).

As vítimas foram atingidas por homens encapuzados que, no fim do ato na avenida Libertador Bernardo O’Higgins, a principal do centro, entraram em confronto com os carabineiros (policiais militares). Um agente ficou ferido.

Os organizadores do ato atribuíram a ação a grupos neonazistas, contrários à liberação da interrupção da gravidez de qualquer forma —no país é autorizada em caso de risco da morte da mãe, estupro e inviabilidade do feto.

O documento foi entregue ao Ministério Público pelo ministro do Interior, Andrés Chadwick. A governadora da região de Santiago, Karla Rubilar, condenou o ataque e prometeu tolerância zero contra este tipo de atos violentos.

A manifestação foi inspirada no movimento da Argentina, onde o Senado debate o tema em 7 de agosto. A Câmara aprovou a liberação do aborto em qualquer circunstância com até 14 semanas de gestação em 14 de junho.

Para as feministas chilenas, a atual lei é insuficiente por só atender 3% de todos os casos de aborto. Segundo dados do governo, registram-se 30 mil interrupções de gravidezes espontâneas e provocadas anualmente no país.

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