Descrição de chapéu Governo Trump

Trump diz que consideraria Putin responsável por interferência na eleição

Em cúpula com Putin, porém, ele negou intromissão de Moscou e conluio com sua campanha

De terno preto, camisa branca e gravata azul com listras vermelhas, Trump está sentado a uma mesa, de boca aberta como se estivesse falando, e com as mãos unidas.
O presidente dos EUA, Donald Trump, fala durante reunião de gabinete na Casa Branca nesta quarta-feira (18) - Leah Millis/Reuters
São Paulo

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta quarta-feira (18) que a Rússia interferiu na eleição presidencial de 2016, vencida por ele, e apontaria como responsável Vladimir Putin, com quem se reuniu na segunda (16).

A declaração, feita em entrevista à rede de televisão americana CBS, é mais uma volta atrás do republicano desde a cúpula de Helsinque, na Finlândia, onde negou a intromissão e o suposto conluio de sua campanha com Moscou.

Ao jornalista Jeff Glor, o republicano afirmou que já havia declarado “diversas vezes antes” que ele concordava com a existência da interferência. “Eu disse isso diversas vezes antes, e eu posso dizer que é verdade, sim.”

Questionado sobre o envolvimento de Putin, Trump respondeu: “Eu o consideraria [responsável] porque é ele que está no comando do país, assim como eu me considero responsável pelas coisas que acontecem neste país.”

Segundo o americano, ele fez uma reclamação ao russo de que não deveria haver qualquer influência estrangeira em eleições e voltou a criticar seu antecessor, Barack Obama, por não ter sido mais incisivo com o Kremlin.

“Esta declaração [de Obama] não foi aceitável. Não teve muito resultado relativamente falando, mas o comunicado não foi aceitado. Mas eu o avisei que não podemos ter isso, que não vamos ter isso, e é assim que será.”

Em Helsinque, no entanto, Trump declarou que as investigações do FBI sobre a intromissão “são um desastre para nosso país”. “Não houve nenhuma colusão. Venci Hillary Clinton facilmente”, afirmou, sobre sua rival democrata. “Não conhecia o presidente [Putin] para conspirar com ele.”

A frase, assim como a cúpula, foi criticada por opositores e aliados, especialmente por contradizer as agências de segurança e inteligência americanas. Na terça (17), ele recuou e reconheceu a ação russa no pleito de 2016.

“Vou ser totalmente claro: eu aceito a conclusão da nossa inteligência de que houve intromissão russa nas eleições de 2016”, declarou. Mas complementou: “Podem ter sido outras pessoas também. Há muita gente lá fora”.

Na manhã desta quarta (18),  Trump considerou que a Rússia não tem mais os EUA como alvo. “Estamos indo muito bem, provavelmente tão bem quanto qualquer pessoa já se saiu com a Rússia. E jamais houve um presidente tão duro quanto tenho sido com a Rússia.”

Horas depois, a Casa Branca negaria que ele estivesse se referindo à interferência eleitoral. Para a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, o “não” de Trump fazia alusão a responder perguntas sobre o assunto. 

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