Descrição de chapéu Venezuela

Conselho de Direitos Humanos da ONU aprova resolução histórica sobre Venezuela

Texto aceito por 23 de 47 países reconhece crise e pede que Maduro aceite ajuda humanitária

Genebra

O Conselho de Direitos Humanos da ONU aprovou nesta quinta-feira uma resolução histórica sobre a Venezuela, na qual pede que o governo do ditador Nicolás Maduro "aceite a ajuda humanitária" para solucionar os problemas de "escassez" de alimentos e medicamentos.

É a primeira vez em sua história que o Conselho adota uma resolução sobre a Venezuela, afirmou à AFP um porta-voz do órgão da ONU com sede em Genebra, Rolando Gomez.

Nicolás Maduro discursa na Assembleia Geral da ONU, em Nova York
Nicolás Maduro discursa na Assembleia Geral da ONU, em Nova York - Angela Weiss/AFP
O texto, proposto por vários países latino-americanos, como Argentina, Peru, Chile e Colômbia, além do Canadá, foi aprovado por 23 dos 47 Estados representados no Conselho, incluindo o Brasil; 17 países se abstiveram e 7 votaram contra, entre eles China, Cuba e a própria Venezuela.
 
A resolução pede a Caracas que "aceite ajuda humanitária com o objetivo de remediar a escassez de alimentos, medicamentos e recursos médicos", que vem provocando um "aumento da desnutrição, em particular de crianças, e a aparição de doenças que haviam sido erradicadas ou controladas anteriormente na América do Sul”.

O Conselho declarou estar "profundamente preocupado com as graves violações de direitos humanos, que se produzem no contexto de uma crise política, econômica, social e humanitária", diz um relatório do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU publicado em junho de 2018.

O Conselho pressiona o governo venezuelano "a cooperar" com o Alto Comissariado, dirigido desde setembro pela ex-presidente do Chile Michelle Bachelet, a quem foi pedido que apresente um "informe completo" sobre a situação na Venezuela na 41ª sessão do Conselho, que será em junho de 2019.

Em seu discurso na Assembleia Geral da ONU na quarta-feira (26), Nicolás Maduro afirmou que a crise humanitária na Venezuela foi fabricada para justificar uma intervenção no país. 

Também na quarta-feira, líderes de Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru enviaram ao Tribunal Penal Internacional (TPI) um pedido de investigação por crimes de lesa-humanidade cometidos pelo regime de Maduro desde fevereiro de 2014. 

Foi a primeira vez que governos nacionais acionaram a corte, sediada em Haia (Holanda), contra outro país signatário do Estatuto de Roma, que rege a atuação da instância. 

Votaram a favor da resolução

Afeganistão
Alemanha
Austrália
Bélgica
Brasil
Chile
Coreia
Croácia
Equador
Eslováquia
Eslovênia
Espanha
Geórgia
Hungria
Islândia
Japão
México
Panamá
Peru
Reino Unido
Ruanda
Suíça
Ucrânia

Votaram contra

Burundi
China
Cuba
República Democrática do Congo
Egito
Paquistão
Venezuela

Abstenções

África do Sul
Angola
Arábia Saudita
Costa do Marfim
Emirados Árabes Unidos
Etiópia
Filipinas
Iraque
Quênia
Quirguistão
Mongólia
Nepal
Nigéria
Qatar
Senegal
Togo
Tunísia

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