Descrição de chapéu Governo Trump

Senado aprova fim de debates sobre indicação de Kavanaugh

Nome de juiz para Suprema Corte será votado definitivamente no sábado (6)

Washington | Reuters

Senadores decidiram nesta sexta (5) encerrar os debates sobre a nomeação de Brett Kavanaugh para a Suprema Corte dos Estados Unidos e seguir para a votação final, marcada para esse sábado (6) no plenário da Casa.

Votaram a favor 51 senadores, e 49 que votaram contra.

"Muito orgulhoso do Senado americano por ter votado "SIM" para avançar a indicação do juiz Brett Kavanaugh!", afirmou o presidente Donald Trump nas redes sociais logo após a votação. 

A posição dos senadores pela continuidade ou não do processo é importante porque dá pistas sobre qual será o desfecho do processo.

Três dos quatro senadores indecisos, que poderiam ser decisivos para o processo, votaram a favor da continuidade do processo. São eles os republicanos Jeff Flake, Susan Collins e o democrata Joe Manchin.

A republicana Lisa Murkowski votou contra.

Ele precisa de ao menos 50 votos (o Senado tem 51 republicanos, o que favorece o indicado de Trump). Caso dê empate, o vice-presidente, Mike Pence, dará o voto de minerva.

A decisão pela continuidade do processo foi tomada um dia após o FBI divulgar para a Casa Branca e senadores o resultado das novas investigações sobre o passado do juiz. As informações coletadas eram consideradas decisivas para o desfecho do caso. 

O relatório acabou não ajudando os democratas, que esperavam que novas evidências contra Kavanaugh viessem à tona. Eles disseram que as apurações foram limitadas e que não incluíram testemunhas que estavam dispostas a falar. 

Já os republicanos respiraram aliviados. Disseram que nada do que foi apresentado corrobora a versão da professora Christine Blasey Ford, que acusa o juiz de tê-la atacado na década de 80. Três mulheres acusam o juiz de ter cometido algum tipo de delito sexual: Ford, Deborah Ramirez e Julie Swetnick. 

Nesta quinta (4), no mesmo dia em que milhares de manifestantes realizaram um ato em Washington contra a sua nomeação, Kavanaugh escreveu um artigo de opinião no The Wall Street Journal defendendo a sua imparcialidade e independência.

Ele foi acusado de não ter o temperamento necessário para ser juiz da mais alta corte do país, após se defender de forma agressiva no Senado na última semana das acusações da professora Christine Blasey Ford, que o acusa de tê-lo atacado sexualmente.

"Podem contar comigo para ser o mesmo tipo de juiz e pessoa que tenho sido por toda a minha carreira jurídica de 28 anos", escreveu.

Ele também reconheceu que se arrependeu de algumas coisas que falou durante o seu depoimento no Comitê Judiciário do Senado, sem especificar exatamente o quê."Eu estava muito emotivo na última quinta, mais do que nunca", escreveu.

"Eu posso ter sido muito emotivo algumas vezes. Eu sei que meu tom foi afiado, e eu disse algumas coisas que não deveria ter dito. Espero que todos possam entender que eu estava lá como filho, marido e pai."

Manifestantes protestam contra Brett Kavanaugh, juiz indicado à Suprema Corte, no Senado americano - Andrew Caballero-Reynolds - 4.out.18/AFP

Mais cedo nesta sexta, Trump afirmou que os protestos realizados em Washington contra Kavanaugh são protagonizados por "profissionais pagos" pelo bilionário George Soros.

"Os grosseiros gritadores de elevador são profissionais pagos para fazer com que os senadores tenham uma imagem ruim. Não caiam nessa!", afirmou em uma rede social. Ele se referia a manifestantes que contestaram um senador no elevador, questionando seu posicionamento em relação a Kavanaugh.

Na quinta-feira, manifestantes invadiram o Capitólio e percorreram os corredores do Senado para pressionar os legisladores que se revezavam em um cômodo seguro revendo uma única cópia do relatório do FBI sobre Kavanaugh.

Cerca de 300 pessoas foram detidas pelos protestos, entre eles a atriz Amy Schumer e a modelo Emily Ratajkowski.

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