Vítimas de terremoto na Indonésia são enterradas em vala comum gigantesca

Número de mortos subiu para 1,234 e deve crescer; 191 mil precisam de ajuda humanitária urgente, diz ONU

Jacarta | AFP e Reuters

Voluntários indonésios escavaram nesta segunda-feira (1º) uma enorme vala comum para enterrar centenas de vítimas do terremoto seguido de tsunami que atingiu a ilha de Sulawesi na sexta-feira (28), enquanto os socorristas tentam resgatar mais sobreviventes dos escombros.

Inicialmente, as autoridades agruparam os corpos em necrotérios improvisados para poder identificá-los, mas, diante do risco sanitário, decidiram realizar enterros massivos.

Policiais carregam corpos das vítimas do tsunami durante enterro em massa em vala comum em Palu, na Indonésia
Policiais carregam corpos de vítimas do tsunami durante enterro em massa em vala comum em Palu, na Indonésia - Tatan Syuflana/AP

Segundo novo balanço da agência de gestão de desastres, são 1,234  ​ mortos e ao menos 48 mil deslocados —mas os números podem ser muito mais altos, pois grande parte da região afetada continua inacessível.

O Itamaraty informou no sábado (29) que não há registro de brasileiros vitimados pelo desastre. Cinco estrangeiros —três franceses, um sul-coreano e um malaio— estão entre os desaparecidos.

Nas colinas que rodeiam a cidade de Palu, onde ocorreu a maioria das mortes até o momento, voluntários começaram a enterrar as vítimas em uma gigantesca vala comum, com capacidade para 1.300 corpos.

Três caminhões carregados de corpos chegaram ao local, constatou um jornalista da AFP. Um a um, foram colocados na vala e recobertos de terra.

Centenas de pessoas estavam reunidas para um festival na praia na cidade de Palu, na sexta, quando ondas de até seis metros de altura atingiram a costa no início da noite, destruindo tudo em seu caminho, depois de um terremoto de magnitude 7,5.

Cerca de 191 mil pessoas precisam de ajuda humanitária, calculou a ONU nesta segunda-feira. Entre eles, estão 46 mil crianças e 14 mil idosos, bem como a população que vive longe dos centros urbanos, mais vulneráveis, afirmou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).

O governo da Indonésia pediu ajuda internacional. Dezenas de agências humanitárias e ONGs ofereceram ajuda ao país, mas o envio de material à região é muito complicado: estradas estão bloqueadas e os aeroportos muito danificados.

O presidente do país, Joko Widodo, declarou estado de emergência de 14 dias.

No momento do terremoto, havia 71 estrangeiros em Palu. Eles estão sendo repatriados, afirmou um porta-voz do governo.

​A Indonésia costuma sofrer com terremotos. Em agosto, uma série de sismos matou quase 500 pessoas na ilha turística de Lombok. 

Segundo a BNPB, Palu foi atingida por tsunamis nos anos de 1927 e 1968. 

Um tremor de magnitude 9,1 em 2004 próximo da costa do país causou o tsunami que deixou mais de 220 mil mortos na região.

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