Jantar dos correspondentes da Casa Branca terá historiador em vez de humorista

Presidente Trump não vai ao evento há dois anos e criticou duramente edição de 2018

Ron Chernow, historiador que dará uma aula no evento
Ron Chernow, historiador que dará uma aula no evento - Louis Lanzano - 18.abr.2011/Associated Press
Michael M. Grynbaum
Washington | The New York Times

O humor foi excluído do cardápio do tradicional jantar anual da Associação dos Correspondentes da Casa Branca (WHCA). A entidade anunciou na segunda-feira (19) que, pela primeira vez em 15 anos, não haverá humorista contando piadas em seu jantar anual de gala em abril próximo. 

Em vez disso, o historiador Ron Chernow, biógrafo de Alexander Hamilton e John Rockefeller, falará sobre a primeira emenda constitucional (que defende a liberdade de expressão).

O evento, cuja finalidade é celebrar a civilidade entre o presidente e os jornalistas que cobrem seu governo, vem sofrendo pressões imensas na era do fake news, e o presidente Donald Trump se negou a comparecer nos dois últimos anos.

A humorista que se apresentou este ano, Michelle Wolf, provocou indignação em Washington com suas piadas de mau gosto sobre membros da administração. Trump, por sua parte, declarou o evento “morto”, em caixa-alta.

Alguns dos correspondentes já pediram no passado que a participação humorística fosse eliminada por completo e que o foco do evento fosse deslocado para a Primeira Emenda. O plano enfrentou resistência de participantes que apreciam a presença de celebridades no evento, que recebeu em Washington o apelido antes irônico e hoje sério de “#nerdprom” (baile de formatura de nerds).

Por enquanto, pelo menos, parece que o lado mais sério da discussão está dominando.

Ron Chernow, 69 anos, é conhecido por suas biografias de presidentes e estadistas, que já lhe valeram o Prêmio Pulitzer, incluindo a biografia de Alexander Hamilton que inspirou o musical de enorme sucesso “Hamilton”, de Lin-Manuel Miranda. Para quem tivesse curiosidade sobre seu estilo como orador, Chernow ofereceu uma prévia na segunda-feira (19), em comunicado distribuído pela Associação dos Correspondentes.

“A liberdade de imprensa sempre é um tema pontual, e este parece ser o momento perfeito para nos debruçarmos sobre seus fundamentos”, ele escreveu. E acrescentou: “Nunca me confundiram com um humorista de stand-up, mas prometo que minha aula de história não será enfadonha”.

​Tradução de Clara Allain

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.