Netanyahu diz que não renunciará ao cargo caso seja denunciado

Premiê de Israel, que está em visita ao Brasil, é investigado por corrupção e antecipou eleições

Binyamin Netanyahu durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro neste domingo (30)
Binyamin Netanyahu durante entrevista coletiva no Rio de Janeiro neste domingo (30) - Tânia Rêgo/Agência Brasil/Reuters
Rio | Associated Press e Reuters

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira (31) que não renunciará nem abandonará sua campanha de reeleição caso seja denunciado pela Justiça.

A polícia israelense recomendou que ele seja denunciado sob acusação de corrupção, mas o procurador-geral Avichai Mandelbilt ainda não tomou a decisão final.

Caso o procurador decida denunciar Netanyahu, o premiê tem o direito de se defender em uma audiência antes de a acusação ser formalizada. Mandelbilt não disse se pretender tomar a decisão antes das eleições convocadas para abril.

Netanyahu, que está em visita ao Rio, falou a jornalistas israelenses nesta segunda e afirmou que a lei não exige que ele se afaste do cargo antes de haver audiências sobre o caso. "Em uma democracia, líderes são escolhidos pelo voto e não por um processo legal parcial", disse ele.

"Imagine o que aconteceria se um premiê fosse tirado do cargo antes da audiência, e depois da audiência eles decidissem arquivar o caso. É absurdo. É um golpe terrível na democracia", afirmou o premiê.

Netanyahu é o primeiro premiê israelense a visitar o Brasil desde a fundação do Estado de Israel, em 1948. A visita dele ao Brasil ocorre em meio a um conturbado momento político em Israel, que culminou com a dissolução do Parlamento e a antecipação das eleições gerais de novembro para abril de 2019.

Com a medida, Netanyahu se mantém no poder, mas não pode tomar decisões que precisem de aprovação parlamentar.

No cargo há uma década, o premiê é alvo de quatro investigações sobre corrupção. Segundo analistas, o procurador-geral pode optar por esperar para indiciar o premiê depois das eleições, para evitar acusações de que teria influenciado o resultado do pleito. 

Pesquisas apontam que o Likud, partido de direita de Netanyahu, deve ter a maioria dos votos na eleição de abril.

O premiê israelense chegou ao Rio na sexta-feira (28), mesmo dia em que se encontrou com o presidente eleito Jair Bolsonaro. Netanyahu participa da posse em Brasília nesta terça (1º).

Na conversa com Bolsonaro, segundo Netanyahu, o presidente eleito reafirmou a promessa de mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. A mudança do local da embaixada é polêmica por desagradar países muçulmanos, que também consideram Jerusalém como cidade sagrada.

Durante os dias em que esteve no Rio, o premiê israelense também jogou futebol na praia, tomou caipirinha e tentou visitar o Cristo Redentor (no que foi frustrado pela lotação do local), entre outras atividades.

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