Câmara dos EUA aprova ampliação de checagem para comprar armas

Projeto ainda precisa passar pelo Senado e ser assinado por Trump para se tornar lei

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Washington | Reuters

A Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um projeto que pode expandir as checagens de antecedentes para vendas de armas, passando a fazer essa exigência também para a comercialização em feiras de armamentos e pela internet. Para se tornar lei, a medida precisa passar pelo Senado e ser assinada pelo presidente Donald Trump.

Aprovado na quarta-feira (27), o projeto obteve 240 votos a favor e 190 contra. É a primeira iniciativa para controle de armas encabeçada pelos democratas desde que o partido ganhou maioria nas eleições de meio de mandato de 2018.

Porém, é provável que ele enfrente oposição no Senado majoritariamente republicano.

Armas vendidas em feira de armamentos na Flórida
Armas vendidas em feira de armamentos na Flórida - Michele Eve Sandberg-16.fev.2018/AFP

No passado, Trump já indicou que apoiaria esforços para estender as checagens de antecedentes para todos os tipos de vendas de armas.

“Farei forte pressão por checagens abrangentes de antecedentes, com ênfase em saúde mental. Aumentar a idade para 21 anos e acabar com a venda de Bump Stocks [acessórios que permitem que armas semiautomáticas disparem mais rápido]. O Congresso finalmente quer fazer algo sobre esse tema —eu espero!”, tuitou o presidente um ano atrás, após um tiroteio em massa em uma escola de Parkland, na Flórida, que deixou 17 mortos.

No entanto, na segunda-feira (25), a Casa Branca afirmou que conselheiros de Trump recomendariam que ele vetasse a legislação porque ela exigiria “requisitos penosos” que são “incompatíveis com a garantia da Segunda Emenda do direito individual a ter armas”.

Na terça-feira, o deputado democrata Steny Hoyer disse a jornalistas que os republicanos evitaram votar projetos de controle de antecedentes quando estavam no controle da Casa. Segundo Hoyer, apesar de haver divergências entre democratas sobre como barrar a violência armada, o projeto de checagem de antecedentes tem amplo apoio no partido.

"A carnificina que vimos perpetrada pela violência armada na última década despertou a preocupação do povo americano, e acreditamos que o projeto que apresentamos tenha o apoio de 90% da população”, disse.

De 2009 a 2017, houve ao menos 173 tiroteios nos EUA que resultaram em quatro mortes ou mais. No total, foram registradas ao menos 1.001 mortes, de acordo com o grupo Everytown for Gun Safety.

Doug Collins, deputado republicano que integra o comitê judiciário onde se originou o projeto que amplia a checagem, disse na quarta-feira que a medida não é eficaz porque ela “ridiculamente presume que criminosos que desrespeitam as leis existentes subitamente vão se submeter às exigências de checagem de antecedentes”.

Nesta quinta-feira, está prevista na Câmara a votação de outro projeto relacionado ao tema, que pode estender o tempo necessário para conduzir essa checagem de minutos para dez dias.

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