Explosão mata ao menos 33 policiais na Caxemira indiana

Região é alvo de disputa entre Índia e Paquistão desde 1948

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Fayaz Bukhari
Srinagar | AFP

​Uma bomba matou pelo menos 33 policiais indianos na parte da Caxemira controlada pela Índia nesta quinta-feira (14), segundo a polícia local.  

O incidente ocorre um dia depois de ao menos 12 estudantes ficarem feridos em uma outra explosão na mesma região, segundo a polícia. A causa ainda não foi esclarecida.

A parte indiana da Caxemira tem sido alvo de ataques há anos, com confrontos entre forças de segurança e militantes. Mais de 100 civis foram mortos em 2018 em episódios relacionados ao conflito.

Soldados indianos examinam os destroços depois de uma explosão em Lethpora, na Caxemira do Sul, na Índia
Soldados indianos examinam os destroços depois de uma explosão em Lethpora, na Caxemira do Sul, na Índia - Younis Khaliq - 14.fev.18/Reuters

Índia e Paquistão disputam a região da Caxemira desde 1948 e reivindicam o território inteiro como seu, enquanto governam parte dele. A Índia acusa o Paquistão de dar apoio material aos militantes. Islamabad diz que só oferece apoio moral e diplomático à Caxemira muçulmana. 

A tensão entre os dois países já levou a três guerras e deixou mais de 45 mil mortos. Preocupa o fato de os dois países serem potências nucleares. O grupo paquistanês Jaish-e-Mohammad (JeM) assumiu a responsabilidade pelo ataque na rodovia entre Jammu e Caxemira, disse uma agência de notícias local.

A explosão foi ouvida a vários quilômetros de distância. Segundo a agência de notícias Reuters, minutos depois da explosão foi visto no local sangue e partes de corpos espalhados ao longo de 100 metros na estrada.

Um vídeo que circula nas redes sociais nesta quinta-feira (14) mostra o suposto suicida segurando uma arma e ameaçando mais ataques. A veracidade do vídeo ainda não foi confirmada.

"Eu condeno fortemente este ataque covarde. Os sacrifícios de nosso corajoso pessoal de segurança não serão em vão", disse o primeiro-ministro Narendra Modi em um tweet.

O número de vítimas ainda pode aumentar. As principais agências de notícias dão números diferentes. A Reuters confirma 44 mortos e a AFP diz que foram 33 .

O caso desta quinta é o mais grave na Caxemira indiana desde setembro de 2016, quando militantes invadiram um acampamento do exército indiano em Uri e mataram 20 soldados. A tensão com o Paquistão aumentou depois que Nova Délhi disse que os responsáveis pelo atentado vieram do Paquistão, que nega qualquer envolvimento. 

O chefe de polícia da Caxemira, S.P. Pani, disse que a Força Policial sofreu grandes danos. "É um incidente terrorista e estamos investigando o que levou à explosão. Vamos investigar", disse ele. 

O ataque pode colocar o primeiro-ministro indiano, que enfrenta uma eleição geral prevista para maio, sob pressão política para agir contra os militantes e o Paquistão. Randeep Singh Surjewala, porta-voz do principal partido do Congresso da oposição, acusou Modi de comprometer a segurança.

"Zero ação política e política zero para enfrentar o terror levaram a uma situação de segurança alarmante", disse Surjewala em uma de uma série de tweets.

Kanwal Sibal, um ex-diplomata, disse que uma resposta diplomática da Índia não seria suficiente. "Eles terão que fazer alguma coisa, senão será muito difícil para o governo absorver esse golpe", disse Sibal à Reuters.

Em um comunicado divulgado pela agência de notícias local GNS, um porta-voz do grupo Jaish-e-Mohammad disse que dezenas de veículos das forças de segurança foram destruídos no ataque.

O Jaish-e-Mohammad  foi responsabilizado por um ataque em 2001 contra o parlamento indiano, que levou a Índia a posicionar seus militares na fronteira com o Paquistão. 

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.