Descrição de chapéu Venezuela

Maduro promete dois dias de shows na fronteira da Venezuela para rivalizar com Guaidó

Anúncio ocorre após bilionário promover espetáculo em favor da entrada de ajuda no país

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Caracas | AFP

O governo de Nicolás Maduro anunciou nesta segunda-feira (18) um show de dois dias, em 22 e 23 de fevereiro, na fronteira da Venezuela com a Colômbia, em paralelo a um espetáculo com artistas internacionais organizado a favor da entrada de ajuda humanitária promovida pelo opositor Juan Guaidó.

"Recebemos uma proposta de um grande número de artistas venezuelanos que solicitaram uma reunião cultural, um grande concerto pela paz e pela vida com dois slogans: 'Para a guerra, nada' e 'Tirem as mãos da Venezuela", anunciou o ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez. 

Sem especificar quem participará, Rodriguez disse que o show será realizado na ponte Simón Bolívar, que liga as cidades de San Antonio, na Venezuela, e Cúcuta, na Colômbia, e que enviará "uma mensagem de denúncia contra a brutal agressão a que estão tentando submeter o povo venezuelano".

Maduro se recusa a aceitar remessas de remédios e alimentos básicos enviados pelos Estados Unidos a pedido de Guaidó, reconhecido por 50 países como presidente interino da Venezuela.

Na sexta-feira, também será realizado um show em Cúcuta, mas organizado por opositores de Maduro. Batizado de Venezuela Live Aid, o espetáculo é promovido pelo bilionário britânico Richard Branson, que quer arrecadar US$ 100 milhões de dólares em 60 dias. A quantia se somaria aos US$ 110 milhões já reunidos de acordo com afirmações de Guaidó.

A Venezuela vive uma semana crucial da luta entre Maduro e o líder opositor, Juan Guaidó, que prometeu fazer de tudo para viabilizar a entrada de ajuda humanitária na Venezuela. O governo bloqueia a ação por considerá-la o começo de uma invasão militar dos Estados Unidos.

Reconhecido como presidente interino por cerca de 50 países, Guaidó está preparando mobilizações em todo o país para acompanhar voluntários que irão à fronteira em caravanas de ônibus em busca de toneladas de remédios e alimentos, armazenados no Brasil, Colômbia e Curaçao.

As remessas de assistência realizadas em aviões militares dos Estados Unidos permanecem nos armazéns da cidade colombiana de Cúcuta, perto da ponte fronteiriça de Tienditas, bloqueada por militares venezuelanos com caminhões e outros obstáculos.

Um segundo centro de armazenamento no Brasil está localizado no estado de Roraima, e nesta terça-feira (19) um avião chegará de Miami a Curaçao com mais ajuda americana, segundo a equipe de Guaidó.

À medida que o sábado, data fixada por Guaidó para a entrada de ajuda humanitária na Venezuela, se aproxima, Guaidó multiplica suas chamadas para as Forças Armadas, principal apoio de Maduro, para que permitam a passagem da ajuda para o país mergulhado numa terrível crise humanitária.

"O dia 23 de fevereiro terá a oportunidade de salvar a vida de centenas de milhares de venezuelanos", declarou ele na noite de domingo (17). 

No entanto, as Forças Armadas reforçarão a presença nas fronteiras, porque, na opinião de Maduro, a ajuda humanitária não passa de um "show" e o prelúdio de uma ação militar não descartada pelo governo de Donald Trump.

Nesta segunda-feira, cinco anos depois da detenção do líder da oposição Leopoldo López, sob prisão domiciliar, Guaidó agradeceu a ele nas redes sociais "por ser fundamental para sonhar com uma Venezuela melhor".

Chile

O presidente chileno, Sebastián Piñera, anunciou nesta segunda que viajará a Cúcuta na sexta (22) para apoiara entrada de ajuda humanitária na Venezuela.

Na semana passada, o Chile se comprometeu a entregar 17 toneladas de produtos de primeira necessidade para amenizar a crise que sofre a Venezuela.

Piñera é um dos maiores críticos do governo de Maduro e um dos primeiros a reconhecer Guaidó como presidente encarregado do país caribenho. Nos últimos anos, o Chile recebeu parte da diáspora venezuelana.

Com cerca de 288 mil residentes, a comunidade venezuelana passou a ser o maior grupo de estrangeiros do país, segundo dados oficiais.

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