Rússia deixa tratado nuclear que foi marco do fim da Guerra Fria

Em janeiro, EUA também disseram que se retirariam do pacto de desarmamento

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Moscou | Reuters

O presidente russo, Vladimir Putin, assinou um decreto que suspende a participação da Rússia no INF (sigla inglesa para Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário), um dos principais acordos de desarmamento nuclear da história, anunciou o Kremlin nesta segunda-feira (4). 

Firmado entre os Estados Unidos e a União Soviética em 1987, o acordo foi um marco do fim da Guerra Fria.

A Rússia já havia anunciado, no mês passado, que iria suspender sua participação no tratado depois que os Estados Unidos disseram que iriam se retirar do pacto sob o pretexto de violações russas ao acordo. 

Carro de desfile de carnaval na Alemanha nesta segunda (4) representa Vladimir Putin e Donald Trump rasgando o acordo INF
Carro de desfile de carnaval na Alemanha nesta segunda (4) representa Vladimir Putin e Donald Trump rasgando o acordo INF - Wolfgang Rattay/Reuters

A Rússia nega ter descumprido o tratado e tem afirmado que Washington quer romper sozinho com o acordo. Washington anunciou na sexta que sairia do INF (sigla em inglês para Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário) em seis meses, a menos que Moscou encerre o que considera violações do acordo

​Putin ordenou a suspensão da Rússia até que os EUA parem de violar o tratado e instruiu o Ministério de Relações Exteriores russo a informar os signatários sobre a decisão, segundo o texto do decreto.

O INF levou à eliminação de 1.846 ogivas soviéticas e 846 americanas até 1991. Na prática, contudo, os dois países seguiram desenvolvendo armas com capacidades análogas às dos mísseis proibidos. Não só eles: vários países, incluindo a potência nuclear China, operam tais foguetes. ​

No dia 31 de janeiro, Washington anunciou que sairia do INF em seis meses, a menos que Moscou encerre o que considera violações do acordo.  

Para os americanos, os russos violaram o combinado após testar o míssil de cruzeiro 9M729, de alcance estimado em 2.000 km, em 2015, e de tê-lo instalado perto de fronteiras europeias em 2017. O INF veta qualquer míssil com alcance entre 500 km e 5.500 km na região.

Na época, o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, também acusou os Estados Unidos de violarem os termos do INF e de outros acordos armamentistas, como o tratado de não proliferação. ​

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