Túmulos no Vaticano onde poderia estar garota desaparecida se revelam vazios

Santa Sé abriu sepulturas em busca de suposta ossada de Emanuela Orlandi, que desapareceu em 1983

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Cidade do Vaticano | AFP

Os túmulos de duas princesas mortas no século 19, abertos nesta quinta-feira (11) na esperança de se encontrarem os restos de uma adolescente desaparecida misteriosamente em Roma, há 36 anos, estão completamente vazios.

As sepulturas do pequeno Cemitério Teutônico, na Cidade do Vaticano, foram abertas a pedido da família de Emanuela Orlandi. A filha de um funcionário da Santa Sé tinha 15 anos quando sumiu, em 1983, no caminho para uma aula de música. A ideia era testar o DNA dos ossos que pudessem ser encontrados.

No ano passado, os familiares de Orlandi receberam uma carta anônima afirmando que a garota poderia estar enterrada lá. O advogado da família apresentou, então, uma petição ao Vaticano, que aceitou o pedido da abertura das covas.

O sumiço de Orlandi é um dos mistérios modernos mais longevos da sede da Igreja Católica.​

Funcionários abrem sepulturas no Cemitério Teutônico, em busca dos restos de Emanuela Orlandi - Vatican Media/Reuters

A Santa Sé anunciou que não apenas os túmulos não contêm os restos mortais de Emanuela Orlandi, mas que também não têm as ossadas das princesas que deveriam estar enterradas no local.

"As buscas tiveram resultados negativos: nenhum resto humano nem uma urna funerária foram encontrados", anunciou o diretor de comunicação do Vaticano, Alessandro Gisotti.

O túmulo da princesa Sophie von Hohenlohe, morta em 1836, revelou um cômodo subterrâneo vazio, de quatro metros quadrados. A sepultura de Charlotte-Frédérique de Mecklembourg, falecida em 1840, também está vazia.

"Não havia nada", descreveu, muito desapontado, Pietro Orlandi, irmão de Emanuela, que assistiu à operação. O ex-funcionário do Banco do Vaticano acusa regularmente a Santa Sé de "omertà", em referência à lei do silêncio da máfia italiana.

A Santa Sé lembrou nesta quinta que sempre demonstrou proximidade com a família Orlandi, especialmente com a mãe da desaparecida, de 88 anos, que mora na Cidade do Vaticano.

Na época do desaparecimento da garota, a polícia não excluiu que ela tenha sido sequestrada e morta por razões sem conexão com o Vaticano ou que tenha sido vítima de tráfico de pessoas por motivos sexuais.

Ela teria hoje 51 anos.

Túmulos são abertos --e encontrados vazios-- no Vaticano, em tentativa de solucionar o desaparecimento da jovem Emanuela Orlandi, que sumiu há 36 anos - Vatican Media/Handout
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