Ataque a tiros deixa ao menos 5 mortos e 21 feridos em cidades no Texas

Suspeito foi morto pela polícia em um cinema de Odessa

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Nova York | Reuters

Ao menos cinco pessoas foram mortas e outras 21 ficaram feridas neste sábado (31) em um ataque a tiros nas cidades de Midland e Odessa, no estado do Texas (EUA), de acordo com informações da polícia local.

O atirador, um homem branco na casa dos 30 anos, foi atingido e morto no lado de fora de um complexo de salas de cinema da cidade.

Inicialmente, a polícia de Odessa havia informado que dois atiradores, em veículos separados, dirigiam e atiravam aleatoriamente pelo município de 117 mil habitantes. 

Os carros usados seriam uma picape da marca Toyota e um caminhão do serviço postal americano. Mais tarde, no entanto, o chefe da polícia da cidade, Michael Gerke, disse em entrevista coletiva que havia apenas um suspeito.

De acordo com Gerke, o ataque começou às 15h (18h no horário de Brasília). O suspeito, na realidade, que dirigia um veículo dourado da Honda, foi parado por um homem do Departamento de Segurança Pública na rodovia que liga as duas cidades, distantes 32 km. Nesse momento, o atirador disparou contra o oficial.

Em seguida, o homem dirigiu em direção à região oeste da cidade e atirando em várias pessoas. A região estava cheia devido ao feriado do Dia do Trabalho, comemorado nos Estados Unidos na primeira segunda-feira de setembro.

Ele, então, abandonou o carro e roubou um caminhão do serviço postal americano e seguiu até o estacionamento do complexo que abriga as salas de cinema. Lá, foi morto em um tiroteio com a polícia. Não há informações sobre os motivos do ataque, segundo o prefeito de Midland, Jerry Morales.

Entre os feridos há ao menos três agentes da polícia, de acordo com o canal de TV CBS 7. Um policial teve que passar por cirurgia para tratar ferimentos não letais.

Segundo Russell Tippin, diretor do Centro Médico de Odessa, 14 vítimas estão sendo atendidas no local. Não há informações sobre a idade e o estado de saúde dessas pessoas.

Em uma rede social, o presidente Donald Trump escreveu que o FBI e as autoridades estão cuidando do caso.

O texano Beto O'Rourke, pré-candidato democrata à presidência, também se manifestou: "Nossos corações estão com Midland, Odessa e todos no oeste do Texas, que precisa passar por isso novamente. (...) Precisamos terminar com essa epidemia". 

Em comunicado, o governador do estado, Greg Abbott, chamou o ataque de "covarde". "Não permitiremos que o estado seja tomado pelo ódio e pela violência", acrescentou.

No começo do mês, um ataque a tiros em um hipermercado Walmart em El Paso, também no Texas, deixou 22 mortos. A cidade fica a 447 km de Odessa. No dia 3 de agosto, pela manhã, um homem abriu fogo contra clientes que faziam compras na cidade na fronteira com o México.

Treze horas mais tarde, nove pessoas foram mortas e outras 27 ficaram feridas em um segundo atentado, em Dayton, no estado de Ohio. 

O acusado da chacina em El Paso disse às autoridades que tinha mexicanos como alvo e confessou ter cometido o tiroteio, segundo a polícia local.

Desde 1982, 114 massacres com uso de armas ocorreram nos Estados Unidos. Locais de trabalho, escolas e igrejas se acostumaram a testemunhar tiroteios que, na última década, cresceram em números.

Segundo levantamento realizado pela revista americana Mother Jones, que exclui assaltos e confrontos entre gangues e só considera ataques em lugares públicos com quatro ou mais vítimas, entre 2010 e 2019 ocorreram 63 ações do tipo nos EUA, mais que o triplo da década anterior --20 episódios, que geraram 171 mortes no total. 

Considerando as vítimas dos dois casos ocorridos no início de agosto, o saldo de 2010 até agora é de 526 mortes, aumento de 207% em relação ao período entre 2000 e 2009.

Após esses ataques, a NRA (National Rifle Association, o lobby pró-armas americano) passou a sofrer mais pressão a favor de medidas rígidas para a compra de armas, algo que até o presidente Donald Trump chegou a admitir publicamente. As iniciativas incluiriam checagens mais rígidas de antecedentes penais e de doenças mentais.

Grupos armamentistas dizem que a segunda emenda da Constituição dos EUA dá ao indivíduo direito de manter e de portar uma arma de fogo.

Depois das chacinas, Trump sinalizou que estaria disposto a enrijecer os padrões para o comércio de fuzis, pistolas e afins. Mas entusiastas dessa ala acham que o presidente estava apenas despistando, pois, após os ataques em Ohio e Texas, disse que "doenças mentais e ódio puxam o gatilho, não a arma".

 
 
 
 
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