Uma corte dos EUA que havia barrado o principal programa de Donald Trump contra a imigração irregular na divisa com o México voltou atrás na sua decisão após o governo afirmar que a suspensão "poderia provocar uma corrida na fronteira sul".

O tribunal de San Francisco tomou a decisão no sábado (29) para permitir que o governo solicite ao Supremo que cuide da questão.

O programa  em questão é o Permaneça no México (MPP, na sigla em inglês), que estipula que imigrantes sem documentos presos na fronteira com o México retornem ao país para esperar a avaliação de seus pedidos de asilo nos EUA pela justiça de imigração americana.

Em um ano, cerca de 60 mil pessoas foram enviadas para aguardar em solo mexicano pela iniciativa, mas 35 mil teriam desistido, segundo o governo americano.

A notícia da suspensão se espalhou via redes sociais e mais de cem imigrantes cubanos do lado mexicano da fronteira correram em direção à ponte Paso del Norte, que separa Ciudad Juárez, no México, de El Paso, no Texas, o que levou autoridades americanas a fecharem a travessia.

"A suspensão foi suspensa, o MPP está de volta", disse Enrique Valenzuela aos imigrantes que tentavam atravessar. Valenzuela é chefe do conselho de população do governo do estado de Chihuahua e um dos responsáveis ​ pela aplicação da lei no lado mexicano.

A ponte foi reaberta no sábado de manhã.

Os advogados que contestaram a medida argumentam que ela expõe os imigrantes a situações de violência no México, colocando pessoas vulneráveis em perigo.

O ponto de vista é compartilhado por ONGs como o Médicos Sem Fronteiras, que em um comunicado divulgado na sexta informou que mil pessoas retornadas para o México como parte do programa foram violentamente atacadas ou ameaçadas.

A maior parte de quem está no MPP é formada por centro-americanos que fogem de seus países de origem —Honduras, Guatemala e El Salvador— em busca de mais segurança nos EUA.