Descrição de chapéu Venezuela

Guaidó afirma que seu tio foi detido ilegalmente pela ditadura de Maduro

Parente de líder opositor foi preso para uma suposta revisão pela agência tributária nacional venezuelana

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Caracas | Reuters

O líder da oposição venezuelana Juan Guaidó afirmou nesta quarta-feira (12) que o regime do ditador Nicolás Maduro deteve seu tio depois de os dois desembarcarem no aeroporto principal de Caracas na terça-feira (11).

Juan José Márquez estava com Guaidó quando ele retornou à Venezuela após uma turnê internacional de três semanas.

"Ele passou pela migração normalmente. Quando estava prestes a sair... Foi detido para uma suposta revisão do Seniat", escreveu a equipe de imprensa de Guaidó numa rede social, mencionando a agência tributária nacional da Venezuela, similar à Receita Federal brasileira.

Tumulto durante chegada do líder opositor Juan Guaidó ao aeroporto
Tumulto durante chegada do líder opositor Juan Guaidó ao aeroporto internacional Símon Bolívar, que serve a capital venezuelana, Caracas - Cristian Hernandez - 11.fev.20/AFP

Ao desembarcar, o presidente da Assembleia Nacional se deparou com simpatizantes de Maduro, que gritaram insultos e atingiram seu carro com cones de trânsito e bastões —eles também atacaram jornalistas, fotógrafos e parlamentares da oposição.

"Maduro é um covarde [...] que não mostra seu rosto, que não se atreve a entrar em uma praça pública sem segurança. [...] Ele monta um ataque contra minha família", disse Guaidó antes de uma sessão da oposição na Assembleia Nacional.

A esposa de Márquez, Romina Botaro, disse que seu marido é um piloto de avião que não tem nenhum envolvimento político.

 

"Como qualquer tio protetor, ele queria acompanhar o retorno de seu sobrinho ao país", disse Botaro.

O paradeiro de Márquez permanece desconhecido, mas a parlamentar da oposição Delsa Solorzano escreveu numa rede social que ele estava sendo "transferido para o tribunal".

A assessoria de Guaidó afirma que Márquez está sendo representado por um advogado particular, mas que o regime tenta designar defensores públicos para sua defesa. 

Familiares relataram que Márquez, quando os contatou, disse que o regime exigia apenas que ele assinasse alguns papéis para ser liberado. A partir desse momento, no entanto, não tiveram mais notícias do tio de Guaidó.

O Ministério da Comunicação de Maduro não respondeu a um pedido de comentário.

Guaidó, reconhecido por mais de 50 países, incluindo Brasil e Estados Unidos, como legítimo presidente da Venezuela, espera reanimar a oposição, como em 2019, quando liderou uma onda de protestos contra Maduro.

O colapso econômico da Venezuela sob o regime ditatorial levou quase 5 milhões de pessoas a emigrar, criando uma crise humanitária nas nações latino-americanas vizinhas.

Maduro chama Guaidó de fantoche apoiado pelos EUA que tenta derrubá-lo por meio de um golpe.

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