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Regime venezuelano diz que Guaidó contratou mercenários para invadir o país

Aliado de Maduro afirma que líder opositor usou recursos bloqueados pelos EUA para pagar pela operação

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Caracas | AFP e Reuters

A Procuradoria-Geral da Venezuela acusou nesta segunda-feira (4) o líder opositor Juan Guaidó de usar recursos nacionais bloqueados pelos Estados Unidos para contratar mercenários para invadir o país pelo mar. Dois cidadãos americanos foram presos sob suspeita de participar da operação.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, aliado do ditador Nicolás Maduro, afirmou em entrevista coletiva que a operação teria custado US$ 212 milhões (R$ 1,1 bilhão). Em nota, Guaidó negou participação no caso e acusou o regime de montar uma encenação.

No domingo (3), o governo Maduro disse ter interceptado um grupo de "terroristas mercenários" que tentavam entrar no país a bordo de lanchas, vindas da Colômbia. Segundo as autoridades venezuelanas, oito pessoas morreram na operação.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, mostra foto com o que ele afirma ser o contrato assinado por Juan Guaidó com mercenários
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, mostra foto com o que ele afirma ser o contrato assinado por Juan Guaidó com mercenários - Manaure Quintero - 4.mai.20/Reuters

Ainda nesta segunda, à noite, Maduro afirmou em um discurso televisionado que 13 pessoas, a quem chamou de terroristas, foram capturadas. Duas delas seriam os americanos Airan Berry e Luke Denman —o ditador mostrou o que ele disse serem os passaportes e outros documentos de identificação dos dois, que seriam funcionários da empresa de segurança Silvercorp.

O fundador da Silvercorp, Jordan Goudreau, veterano das Forças Armadas dos EUA, assumiu a participação na operação e disse que Berry e Denman são seus funcionários.

Segundo o procurador-geral, a ação foi paga parcialmente com dinheiro roubado da estatal petrolífera PDVSA. O restante da verba veio das contas venezuelanas bloqueadas por Washington e por outros países.

A jornalistas, ele mostrou ainda uma foto do que seria o contrato da operação, inicialmente divulgada por uma jornalista venezuelana que mora em Miami, Patricia Poleo. Na imagem aparece uma assinatura atribuída a Guaidó e outra a Goudreau.

Saab mostrou ainda um vídeo em que o próprio Goudreau afirma que uma operação para derrubar Maduro estava em andamento.

Segundo o regime, entre os presos na ação está o capitão dissidente Antonio Sequea, um dos 30 militares que se rebelaram contra Maduro em 30 de abril do ano passado, em operação liderada por Guaidó.

Na ocasião, um grupo de militares roubou armas da sede do Parlamento. O procurador-geral disse nesta segunda que algumas dessas armas foram encontradas com os mercenários presos na tentativa de invasão.

Ele também afirmou que outro envolvido na operação seria Josnars Adolfo Baduel, filho do general Raúl Baduel, um antigo aliado do ex-presidente Hugo Chávez, que depois acabou preso por Maduro.

O Ministério Público abriu várias investigações contra Guaidó, reconhecido por mais de 50 países como presidente interino da Venezuela, mas não emitiu um mandado de prisão. "A Justiça chegará mais cedo ou mais tarde", afirmou Saab.

Em nota, Guaidó negou as acusações e disse não ter nenhum envolvimento com a Silvercorp. Já Maduro disse que o objetivo dos mercenários era matá-lo.

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