Os EUA vão restringir a entrada de funcionários do regime chinês sob a justificativa de que Pequim ameaça a autonomia de Hong Kong, anunciou nesta sexta (26) o secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
Em um comunicado, o chefe da diplomacia dos EUA acusou a China de descumprir os compromissos assumidos quando o território, então sob controle do Reino Unido, voltou ao domínio do país asiático.
A transição, em 1997, ocorreu segundo a condição de que Pequim respeitasse o conceito de "um país, dois sistemas", válido até 2047, que permite Hong Kong ser uma ilha de capitalismo desregulado, com multipartidarismo, liberdade de expressão e Judiciário autônomo.
Parentes de funcionários atingidos pela decisão também serão afetados pelas restrições.
O anúncio ocorre no momento em que a China prepara o início da aplicação de uma lei de segurança para endurecer as punições a atividades consideradas subversivas, visando assim barrar as manifestações que ocorrem por mais democracia em Hong Kong desde a metade de 2019.
A pandemia de coronavírus havia esfriado o movimento, mas a aprovação da lei de segurança reativou os maciços atos de rua.
De acordo com diversos ativistas, a nova legislação acabaria com as liberdades que fazem de Hong Kong um dos principais centros financeiros do mundo.
Na quinta-feira (25), o Senado dos EUA já havia aprovado uma lei para sancionar funcionários do regime chinês que ameacem a autonomia de Hong Kong.
Os Estados Unidos são rivais da China numa espécie de Guerra Fria 2.0, disparada na forma de disputa comercial e geopolítica pelo presidente Donald Trump em 2017. Os países têm se chocado no campo militar e até no manejo da pandemia do novo coronavírus.
Hong Kong sempre foi uma fratura da Guerra Fria, um posto avançado do Ocidente na Ásia. Os EUA têm 290 quartéis-generais e 434 escritórios regionais asiáticos de suas empresas lá, e o consulado local, até hoje ao menos, tem status de embaixada.
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