Ainda falta consenso entre os políticos americanos sobre as mudanças necessárias na estrutura da polícia.
Um mês após a morte de George Floyd, 46, em uma ação policial, a TV Folha faz uma análise do que mudou no país após a onda de protestos que se espalhou por 700 cidades no país, como relata Marina Dias, correspondente da Folha em Washington.
Para Silvio Almeida, doutor em filosofia e teoria geral do direito pela USP, as manifestações revelaram a faceta de uma sociedade saturada, que tem problemas não apenas com a violência policial contra a população negra, mas problemas que envolvem também a economia e a política.
"O momento de pandemia faz com que as pessoas se tornem cada vez mais descrentes e revoltadas contra a maneira com que a sociedade reproduz a condição precária de suas próprias vidas. A resposta que as instituições estão conseguindo dar à desigualdade, ao racismo e à violência é mais violência", diz Almeida, que também é presidente do Instituto Luiz Gama.
Segundo Ronilso Pacheco, pesquisador em teologia e direitos civis pela Universidade de Columbia (EUA), a conduta da polícia americana arrasta o legado da segregação.
"A polícia é herdeira quase que direta das forças de controle que estão vinculadas à escravidão. Primeiro com a vigilância e depois de controle do contingente de escravizados livres."
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