Descrição de chapéu Governo Trump

Secretário de Defesa dos EUA diz ser contra enviar militares para conter protestos

Mark Esper discorda da posição de Trump, que defende presença do Exército nas ruas

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Washington | Reuters

O secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, disse nesta quarta-feira (3) que não quer usar militares nas ruas para conter os protestos pelo fim da violência policial e do racismo no país. Para ele, isso deveria ser um recurso apenas na pior das situações, o que não ocorre agora.

Em entrevista coletiva, Esper também disse ter se arrependido de usar o termo "campo de batalha" para descrever áreas onde ocorrem protestos e que discorda do uso da Lei de Insurreição como justificativa para uso das Forças Armadas.

O secretário de Defesa, Mark Esper, durante entrevista no Pentágono - Jonathan Ernst - 14.abr.2020/Reuters

Trump cogitou usar essa lei contra os manifestantes, mas foi dissuadido por pessoas próximas, segundo o New York Times.

O presidente dos EUA tem buscado formas agressivas de conter o avanço dos protestos, que já duram oito dias. Ele ameaçou os manifestantes com repressão firme e com a possibilidade de enquadrar o antifascismo como terrorismo. Mesmo assim, os atos seguem sendo realizados.

O Pentágono, sede do Departamento de Defesa, confirmou o envio de cerca de 1.600 soldados para postos militares em Washington.

As tropas serão utilizadas para ajudar as autoridades civis, se necessário, de acordo com um porta-voz, que classificou o deslocamento dos soldados como uma "medida de planejamento prudente".

Nesta semana, Trump disse que enviaria "milhares e milhares" de homens do Exército fortemente armados para as ruas caso prefeitos e governadores não conseguissem conter as manifestações.

O líder republicano disse ainda que os governadores que não usassem táticas mais agressivas contra os atos pareceriam "babacas".

Em uma entrevista na terça (2), Esper disse que não foi informado de que ele faria parte da operação em que um protesto pacífico perto da Casa Branca foi esvaziado com o uso de bombas, para abrir caminho a Trump ir até uma igreja próxima e fazer uma foto nem que acompanharia o presidente nesse ato, na segunda (1º).

"Eu não sabia aonde estava indo. Eu queria ver quantos danos tinham realmente acontecido [nos arredores da Casa Branca]", disse.

Suas declarações foram vistas como uma tentativa de se dissociar das fotos feitas na segunda, criticadas internamente por autoridades militares.

Os protestos nos EUA começaram após o segurança negro George Floyd ser morto na segunda-feira (25) depois de ter o pescoço prensado contra o chão por quase nove minutos pelo joelho de um policial branco.

O agora ex-agente Derek Chauvin foi preso na sexta-feira (29) e transferido para uma prisão de segurança máxima, onde espera julgamento.

A ação, gravada por testemunhas, viralizou nas redes sociais e mobilizou o país. Os atos que se seguiram à morte de Floyd começaram pacíficos.

À medida que se alastraram pelo país, no entanto, houve inúmeros embates entre policiais e manifestantes, e lojas foram incendiadas e saqueadas, gerando críticas duras aos ativistas, como as do presidente Trump, que os tem chamado de "bandidos".

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