Descrição de chapéu Governo Trump

Donald Trump ameaça usar militares para conter atos contra racismo

Protestos violentos em resposta à morte de George Floyd são 'terrorismo doméstico', diz republicano

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo | Reuters

Com veículos do Exército protegendo a Casa Branca, o presidente americano, Donald Trump, disse nesta segunda (1º) que vai mandar "milhares e milhares" de homens do Exército fortemente armados para as ruas caso prefeitos e governadores não consigam conter as manifestações contra o racismo que tomaram conta de várias cidades do país na última semana.

"Meu primeiro dever é defender o país", afirmou o republicano, nos jardins da Casa Branca, enquanto bombas de gás lacrimogêneo eram jogadas pela polícia para conter manifestantes pacíficos a poucos metros de onde Trump falava. "Estamos colocando um fim aos tumultos e à falta de lei", completou.

Com uma Bíblia, Trump posa para fotos em frente à igreja de St. John, a poucos metros da Casa Branca, em Washington
Com uma Bíblia, Trump posa para fotos em frente à igreja de St. John, a poucos metros da Casa Branca, em Washington - Tom Brenner -1º.jun.20/Reuters

Ele prometeu mobilizar todos os recursos federais para reprimir os protestos que eclodiram desde a morte de George Floyd em Minneapolis, na segunda (25).

Floyd, um homem negro de 46 anos, foi morto depois que um policial branco pressionou o joelho sobre seu pescoço por quase nove minutos, enquanto era segurado contra o chão por outros oficiais.

Uma autópsia independente, contratada pela família de Floyd, concluiu nesta segunda que ele morreu por asfixia, no que os médicos consideraram homicídio.

A conclusão foi diferente do resultado da autópsia da promotoria de Minneapolis, cujo laudo parcial apontou que Floyd morreu por uma série de fatores, dentre os quais a presença de doenças subjacentes e a possível ingestão de tóxicos, além de ser contido pela polícia.

Em tom firme, Trump pediu no final da tarde desta segunda que os governadores e prefeitos usem as forças da Guarda Nacional em número suficiente para conter as ruas.

"Se uma cidade ou estado se recusar a tomar as medidas necessárias para defender a vida e a propriedade de seus residentes, então implantarei as Forças Armadas dos Estados Unidos e rapidamente resolverei o problema para eles."

O objetivo é garantir a paz para os cidadãos que cumprem a lei, prosseguiu o republicano. Segundo ele, os cidadãos estão "enjoados e revoltados" com a "morte brutal" de Floyd, que não terá morrido em vão. Ele também prometeu justiça à família de Floyd.

Trump reconheceu que parte dos protestos são pacíficos, mas disse também que há uma série de "atos de terrorismo doméstico" sendo cometidos nessas manifestações, que "geram o derramamento de sangue inocente".

Ele afirmou ainda que o vandalismo dos protestos em Washington no final de semana "não foi um ato pacífico, mas um ato de terror, destruição da vida pacífica e derramamento de sangue contra a humanidade".

Logo após seu discurso, o presidente foi a pé até à igreja de St. John, onde houve um incêndio no domingo à noite, ligado aos protestos. Ele posou para fotos na porta do templo, segurando uma Bíblia, antes de retornar para a Casa Branca sem responder a perguntas que eram gritadas por repórteres.

Donald Trump fala nos jardins da Casa Branca, em primeiro pronunciamento após os protestos contra o racismo tomarem conta do país - Brendan Smialowski -1.jun.2020/AFP
  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.