O presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, ordenou nesta quinta-feira (1º) a detenção de milhares de migrantes que entraram no país com destino aos Estados Unidos em meio à pandemia da Covid-19.
Mais de 2.000 membros da caravana, muitos usando máscaras, passaram por tropas armadas enquanto atravessavam a fronteira entre Honduras e Guatemala numa tentativa de escapar da pobreza agravada pela crise sanitária que atinge a América Central.
Em uma mensagem aos guatemaltecos, o presidente afirmou que os migrantes desrespeitaram os protocolos de prevenção à doença —o país reabriu suas fronteiras marítimas, terrestres e aéreas no dia 18 de setembro, após cerca de seis meses de fechamento devido ao coronavírus.
Um migrante morreu após cair de um trailer e ficar preso sob as rodas, informou a Cruz Vermelha da Guatemala. A caravana é a maior desde que a pandemia da Covid-19 atingiu a América Central, em março, desencadeando "lockdowns" que afetaram economias já precárias, levando a aumento no desemprego.
Giammattei disse ainda que os migrantes “estão violando a lei, principalmente porque usam crianças desacompanhadas e fazem escudos humanos com mulheres e idosos". Acrescentou que o país respeita o direito humano de migrar, mas que não toleraria que isso fosse feito de "uma forma violenta e ilegal".
“Não permitiremos que nenhum estrangeiro que use métodos ilegais para entrar neste país acredite que tem o direito de vir para nos contaminar e nos colocar em sério risco."
Até agora, o Ministério da Saúde guatemalteco contabilizou 92.409 casos e 3.261 mortes pela Covid-19.
É provável que os migrantes enfrentem desafios ao atravessar o México, onde o presidente Andres Manuel López Obrador enviou a Guarda Nacional para a fronteira com a Guatemala e dispersou grupos anteriores sob pressão dos Estados Unidos.
O presidente americano, Donald Trump, fez da repressão à imigração ilegal uma parte fundamental de sua plataforma política —ele disputa a reeleição no início de novembro.
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