Descrição de chapéu oriente médio

Netanyahu ataca rival e promete voltar em votação que deve tirá-lo do cargo em Israel

Após 12 anos no poder, premiê deve ser substituído pelo ultradireitista Naftali Bennett

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Jerusalém | Reuters e AFP

Uma sessão turbulenta iniciou a votação no Parlamento israelense que deve aprovar, neste domingo (13), a formação de uma coalizão que tirará Binyamin Netanyahu do cargo de primeiro-ministro após 12 anos.

Premiê com a trajetória mais longeva do país, Netanyahu, 71, deve ser sucedido pelo ultradireitista Naftali Bennett, 49, que tem o apoio de uma coalizão de oito partidos, que vão da esquerda radical à direita ultranacionalista.

Esse bloco foi formado para tentar pôr fim à crise política que já dura dois anos, período no qual foram realizadas quatro eleições —todas terminaram sem que nenhum grupo conseguisse a maioria no Parlamento, o que permitiu a Netanyahu seguir no cargo de maneira interina.

Binyamin Netanyahu se dirige ao parlamento neste domingo (13)
Binyamin Netanyahu se dirige ao Parlamento neste domingo (13) - Emmanuel Dunand/AFP

A sessão começou às 16h (hora local, 10h em Brasília) e tem previsão de durar quatro horas. O atual premiê usou palavras duras ao se dirigir ao Parlamento. “Se o nosso destino é estar na oposição, faremos isso de cabeça erguida, derrubaremos esse governo ruim e voltaremos a liderar o país à nossa maneira" disse. "Voltaremos logo."

Bennett, por sua vez, começou seu discurso agradecendo a Netanyahu por seu “serviço duradouro e cheio de realizações em prol do Estado de Israel”, mas afirmou que iniciaria um governo “razoável e responsável”, pondo fim a um “terrível período de ódio entre o povo de Israel”.

Enquanto discursava sobre as políticas da nova coalizão, ele foi interrompido diversas vezes por parlamentares leais a Netanyahu, que gritaram “vergonha” e “mentiroso”. “O que está acontecendo aqui é basicamente democracia", retrucou. "Um novo governo está substituindo o anterior. É assim que deve ser.”

Lá Fora

Receba toda quinta um resumo das principais notícias internacionais no seu email

Bennett prometeu expandir acordos com países árabes e disse que seu governo vai promover medidas econômicas em prol dos palestinos, mas que qualquer violência por parte deles seria respondida com força.

Ele prometeu seguir com a mesma agenda de Netanyahu em relação à principal preocupação de segurança do país, o Irã, o que deve gerar uma fricção com a gestão do americano Joe Biden a respeito do pacto nuclear entre Teerã e potências mundiais. O antecessor de Biden, Donald Trump, deixou o acordo, mas Biden quer retomá-lo.

"A renovação do acordo nuclear com o Irã é um erro que deve novamente legitimar um dos regimes mais obscuros e violentos do mundo”, disse Bennett. “Israel não vai permitir que o Irã se equipe com armas nucleares.”

Agradecendo a Biden por “anos de compromisso com a segurança de Israel” e por “apoiar Israel” durante o conflito com o grupo Hamas em Gaza no mês passado, Bennett disse que seu governo buscará fortalecer as relações com democratas e republicanos nos EUA. "O governo vai fazer um esforço para aprofundar e melhorar nossas relações com os dois partidos”, disse.

Já Netanyahu afirmou que Bennett não tem o apoio internacional, a credibilidade e a capacidade de “verdadeiramente se opor” ao acordo com o Irã.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.