Ao menos 52 pessoas morreram em um incêndio numa fábrica de alimentos e bebidas em Bangladesh na quinta-feira (8). Além dos mortos, pelo menos 30 pessoas ficaram feridas, incluindo trabalhadores que tiveram de pular de janelas para escapar das chamas.
O incêndio aconteceu numa instalação em Rupganj, cidade industrial na região metropolitana de Daca, a capital do país. Na tarde desta sexta (9) o fogo ainda não havia sido controlado.
Ainda não se sabe o número total de funcionários que estavam no prédio de seis andares —normalmente, mais de mil trabalhadores atuam ali, mas muitos conseguiram fugir quando as chamas começaram.
Testemunhas disseram que o incidente teve início por volta das 17h (8h em Brasília) de quinta, na Hashem Food and Beverage, que fabrica doces, macarrão e sucos de frutas, entre outros produtos.
"Os trabalhadores não podiam alcançar o telhado porque os acessos das escadas estavam fechados. Não podiam descer porque os andares de baixo estavam envolvidos pelas chamas", afirmou o porta-voz dos bombeiros, Debashish Bardhan. O chefe do corpo de bombeiros de Daca, Dinu Moni Sharma, disse que o fogo se espalhou rapidamente devido à presença de produtos químicos e plásticos altamente inflamáveis.
Sem conseguir falar com familiares, parentes foram ao local. "Minha sobrinha não atendia às nossas ligações. Agora o celular dela sequer dá sinal", disse Nazrul Islam, parente de um dos funcionários.
Com a demora no resgate e no controle das chamas, centenas de pessoas protestaram numa estrada próxima à fábrica, e houve confronto com a polícia, que usou gás lacrimogêneo para dispersar o ato.
Representantes sindicais culparam as autoridades pela insuficiente aplicação das medidas de segurança. "O governo não realizou a mínima melhoria na segurança de trabalho de milhares de fábricas, o que provocou a morte evitável de muitos trabalhadores", afirmou Kalpon Alter, um dos funcionários.
País pobre do sul da Ásia, Bangladesh com frequência registra desabamentos de prédios e incêndios em sua grande indústria têxtil devido a violações das normas de segurança. Ao menos 70 pessoas morreram em fevereiro de 2019 em um incêndio que destruiu vários prédios residenciais em Daca, onde produtos químicos eram ilegalmente armazenados. Em abril de 2013, o ateliê Rana Plaza desabou como um castelo de cartas, matando ao menos 1.138 trabalhadores, uma tragédia que causou comoção mundial.
)
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.