Bolsonaro vira piada na TV americana e é comparado ao personagem Chiqueirinho

Apresentador de talk show Jimmy Kimmel ironizou recusa do presidente brasileiro em se vacinar

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São Paulo

A recusa de Jair Bolsonaro em se imunizar contra a Covid-19 virou piada em um dos programas de TV mais populares dos EUA. Na noite desta terça-feira (21), o apresentador Jimmy Kimmel lembrou que o líder brasileiro é famoso pelas posições contrárias a vacinas e, na sequência, mostrou a imagem do personagem Chiqueirinho, da turma do Snoopy, para ilustrar a chegada do presidente a Nova York.

Chiqueirinho (Pig-Pen, na versão em inglês), criado pelo cartunista americano Charles M. Schulz, aparece sempre envolto de uma nuvem de poeira, sujo e com os poucos fios de cabelo desarrumados.

Imagem do personagem Chiqueirinho exibida no programa do apresentador americano Jimmy Kimmel
Imagem do personagem Chiqueirinho exibida no programa do apresentador americano Jimmy Kimmel - Reprodução

Não foi a única piada com Bolsonaro feita por Kimmel, responsável por apresentar duas cerimônias do Oscar (2017 e 2018). O comediante citou declarações do presidente, segundo as quais os imunizantes contra o coronavírus poderiam transformar as pessoas em jacarés ou mulheres barbadas. "Essa AstraZeneca tem um escopo bem amplo", ironizou o apresentador.

Por fim, lembrou que Bolsonaro ficou conhecido como "Brazilian Trump", numa referência ao ex-presidente americano Donald Trump, de quem o presidente é aliado e por quem torceu abertamente nas eleições no ano passado.

Na piada de Kimmel, "Brazilian Trump" seria um jeito de chamar a depilação de pelos pubianos de cor laranja. Nos EUA, a técnica de depilação total é chamada de "Brazilian wax", e a cor laranja é associada ao cabelo e ao bronzeado do ex-presidente americano (no vídeo abaixo, a partir de 3:00).

Nesta terça, Bolsonaro fez o discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, evento no qual pintou um retrato distorcido do Brasil e chegou a defender o tratamento com remédios comprovadamente ineficazes contra a Covid-19. Na tribuna, o presidente também se posicionou contrário à exigência de provas de vacinação para entrar na parte interna de restaurantes, por exemplo.

Um dia antes, logo ao chegar à cidade americana, na noite de domingo, ele comeu pizza na calçada junto de autoridades que o acompanharam. No dia seguinte, uma churrascaria brasileira fez um puxadinho para acomodá-lo numa área externa, uma vez que as restrições são destinadas a espaços internos.

Antes mesmo de chegar a Nova York, a falta de vacinação alegada pelo presidente já havia gerado polêmicas. Autoridades da cidade enviaram uma carta para o presidente desta edição da Assembleia-Geral para alertar sobre a necessidade de comprovante de vacinação em locais fechados, caso do evento da ONU.

O secretário-geral da entidade, António Guterres, porém, afirmou não poder exigir tal documento de chefes de Estado, também motivado por críticas da Rússia, que chamou a medida de discriminatória.

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