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Para driblar exigência de vacina, churrascaria improvisa 'puxadinho' para Bolsonaro na calçada em NY

Junto ao mandatário brasileiro, almoçaram os ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, do Meio Ambiente, Joaquim Leite, o chanceler Carlos França e o chefe do GSI, Augusto Heleno

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Mariana Sanches
Nova York | BBC News Brasil

Para driblar a exigência de vacinas em restaurantes de Nova York, a churrascaria brasileira Fogo de Chão armou uma espécie de puxadinho externo, com mesas ao ar livre cercadas por tapumes pretos para o presidente Jair Bolsonaro, que não está oficialmente vacinado.

Junto ao mandatário brasileiro, almoçaram os ministros da Saúde, Marcelo Queiroga, do Meio Ambiente, Joaquim Leite, o chanceler Carlos França e o chefe do GSI, Augusto Heleno.

Ao fim do almoço houve uma salva de palmas em homenagem ao lutador de jiu-jítsu Renzo Gracie, que acompanhou Bolsonaro por uma caminhada de cerca de sete quadras até o hotel onde ele está hospedado.

Churrascaria fez 'puxadinho' para Bolsonaro almoçar na calçada em NY
Churrascaria fez 'puxadinho' para Bolsonaro almoçar na calçada em NY - Mariana Sanches/BBC News Brasil

No caminho, o presidente ouviu ao menos um grito de "assassino", de uma brasileira que o reconheceu.

O grupo causou curiosidade, com dezenas de seguranças brasileiros e americanos tentando impedir a aproximação da imprensa. Bolsonaro demonstrou descontração ao lado de Gracie. O filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, filmou todo o trajeto.

"Ele ficou na área externa porque é a área permitida pra pessoas sem vacinação. Então arrumamos tudo pra ele poder vir almoçar com a gente nesse dia do gaúcho. Ele fez questão de sentar do lado de fora, até porque do lado de dentro a gente não deixaria porque violaria a lei de Nova York", afirmou Francisco Kappa, gerente geral da churrascaria.

Segundo Kappa, tanto ele como todos os seus funcionários estão 100% vacinados. Ele se disse "muito fã de Bolsonaro", e não quis falar sobre a recusa do presidente em tomar a vacina. "Isso daí eu não posso comentar". Segundo Kappa, Bolsonaro comeu vários pedaços de picanha bem passada, seu corte preferido.

Após a publicação desta reportagem, a Fogo de Chão enviou nota afirmando que "com as restrições impostas pela pandemia do Covid-19, as unidades Fogo de Chão localizadas nos Estados Unidos que possuíam pátio externo inauguraram tendas customizadas para atender os clientes com todo conforto, segurança e excelência, características marcantes da rede. Esses locais seguem em funcionamento, mesmo após a abertura dos salões internos, para receber aqueles que não apresentam o cartão de vacina".

Segundo a empresa, "foi neste espaço da unidade Nova York que, na tarde de ontem, o presidente Jair Bolsonaro foi recebido".

A BBC News Brasil averiguou, no entanto, que a citada estrutura de tenda foi desmontada logo após a saída da comitiva. Retornando ao local nesta terça-feira (21), a reportagem constatou que a tenda não voltou a ser montada —conforme mostra a foto abaixo.

Tenda foi desmontada por churrascaria logo após a saída da comitiva do presidente e não voltou a ser erguida - Mariana Sanches/BBC News Brasil

É a segunda vez que o presidente brasileiro come nas ruas de Nova York. Na noite de domingo (19), ele foi a uma pizzaria sem mesas internas e comeu pedaços de pizza na rua.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse querer "mandar um recado para todos os líderes mundiais, especialmente para Bolsonaro: se você não quer ser vacinado, nem se incomode de vir [a Nova York]".

Bolsonaro come pizza com comitiva durante viagem à Nova York, onde participa da Assembleia Geral da ONU
Bolsonaro come pizza com comitiva durante viagem à Nova York, onde participa da Assembleia-Geral da ONU - @gilsonmachadoneto no Instagram

Blasio também elogiou o esforço do presidente da Assembleia-Geral da ONU, que tentou promover uma vacinação das delegações, mas a Secretaria-Geral da ONU disse não poder forçar líderes de países a se vacinarem ou barrá-los.

Um diplomata da comitiva brasileira em Nova York está com Covid-19. A BBC News Brasil confirmou a informação dada primeiro pela CNN. Segundo a apuração, o infectado não estava no voo do presidente e chegou aos EUA depois de ter um resultado negativo de PCR. Ele está isolado do restante da comitiva.

Seus colegas também foram testados, mas ninguém mais teve um exame com resultado positivo.​

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