A ONU (Organização das Nações Unidas) confirmou nesta quinta (16) que não vai exigir prova de vacinação contra a Covid-19 de presidentes, primeiros-ministros e diplomatas na próxima Assembleia-Geral da entidade, que começa no próximo dia 21, em Nova York.
Havia dúvidas quanto à exigência, já que, na quarta (15), as delegações haviam recebido uma carta de Abdulla Shahid, chefe da atual sessão da Assembleia, encaminhando comunicados da prefeitura de Nova York nos quais as autoridades diziam que a prova de vacinação deveria ser exigida para eventos fechados, o que inclui a cúpula da ONU.
Mais tarde, porém, em entrevista à agência de notícias Reuters, o secretário-geral António Guterres disse que não poderia cobrar o certificado dos líderes globais.
Mais de cem chefes de Estado são esperados presencialmente para o evento em Nova York, entre os quais o brasileiro Jair Bolsonaro (sem partido). O presidente já afirmou diversas vezes que não se vacinou contra a doença, que já matou 4,7 milhões pessoas pelo mundo.
Em transmissão por redes sociais nesta quinta, ele repetiu a fala e indicou que não pretende se vacinar antes do evento. "Depois que todo mundo tomar [a vacina] eu vou decidir o meu futuro aí", afirmou.
A nova orientação da ONU foi oficializada nesta quinta por Shahid, aos 193 Estados-membros da ONU, em carta à qual a Reuters teve acesso. Na terça, o próprio político das Maldivas havia dito que apoiava a reivindicação da prefeitura de Nova York de exigir a vacina.
Ele abandonou a ideia depois que a Rússia se manifestou contrária a ela, dizendo que seria discriminatória, e depois da declaração do próprio Guterres, de que o órgão "não pode dizer a um chefe de Estado que não estiver vacinado que ele não pode entrar nas Nações Unidas".
Dezenas de presidentes, primeiros-ministros e ministros das Relações Exteriores, acompanhados de diplomatas, estarão em Nova York para o encontro anual. Alguns líderes, porém, vão discursar de modo virtual, por vídeo, devido à Covid-19. No ano passado, o evento foi feito totalmente de forma remota.
A sede da ONU é considerada território internacional e não está sujeita às leis dos EUA, mas em outras ocasiões autoridades do órgão prometeram respeitar as orientações do governo local e federal de controle da pandemia. Autoridades nova-iorquinas já tinham dito à ONU que, segundo as regras da cidade, é preciso provar vacinação contra a doença para acessar o salão da Assembleia-Geral.
Na quarta (15), o prefeito Bill de Blasio afirmou que a prefeitura vai fornecer de graça testes para a Covid-19 e doses da vacina da Janssen (de dose única) do lado de fora da sede da ONU.
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