Descrição de chapéu Ásia talibã

Homens armados matam três pessoas por colocarem música em casamento no Afeganistão

Atiradores disseram ser membros do Talibã, mas governo do grupo islâmico em Cabul condenou incidente

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Cabul | AFP

Homens armados que disseram ser combatentes do Talibã mataram a tiros três convidados de um casamento por tocarem música, informou neste sábado (30) o governo talibã, que condenou o incidente.

Zabihullah Mujahid, porta-voz do Executivo afegão, disse que dois dos três agressores foram presos e que não estavam agindo em nome do grupos extremista islâmico, que voltou ao poder em meados de agosto.

Dois homens armados de fardas camufladas e capuzes pretos
Combatentes do Talibã na mesquita Hazrat-e-Ali, em Mazar-i-Sharif - Wakil Kohsar - 30.out.21/AFP

"Ontem [sexta,29] à noite, no casamento de Haji Malang Jan na cidade de Shamspur Mar Ghundi, três pessoas que se apresentaram como talibãs entraram na cerimônia e pediram para parar a música", disse o porta-voz. "Após uma série de disparos, ao menos três pessoas morreram e várias ficaram feridas."

"Dois suspeitos foram presos pelos talibãs e ainda estão buscando o terceiro, que conseguiu escapar", afirmou Mujahid, que defendeu que os agressores "usaram o nome do emirado islâmico para acertar contas pessoais e agora devem enfrentar o peso da lei da sharia".

Qazi Mullah Adel, porta-voz da província de Nangarhar, onde fica a cidade de Shamspur Mar Ghundi, confirmou o incidente sem dar mais detalhes. "Os jovens tocavam música em uma sala separada, três talibãs vieram e atiraram neles. Os dois feridos estão em estado grave", relatou uma testemunha.

Toda a música secular foi proibida pelo Talibã durante seu regime anterior, entre 1996 e 2001. Embora o novo governo islâmico ainda não tenha legislado sobre o tema, o grupo ainda considera que ouvir música não religiosa é contrário à sua visão da lei islâmica. Antes, em entrevista coletiva, o porta-voz do governo disse que os talibãs se opõem a tais atos. "Se alguém decide matar uma pessoa, mesmo que seja um de nossos homens, está cometendo um crime e vamos levá-lo aos tribunais", declarou.

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