Biden diz que nova variante é motivo de preocupação, mas não de pânico

Segundo presidente americano, Casa Branca já trabalha com laboratórios para avaliar eficácia das atuais vacinas

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Washington | Reurters

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse nesta segunda-feira (29) que a variante ômicron, detectada por cientistas primeiro na África do Sul, é motivo de preocupação, não de pânico. Desde a última sexta (26), países de todo o mundo, inclusive os Estados Unidos, têm decretado a suspensão de voos vindos do continente africano, o que não é recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Biden, no entanto, defendeu a medida, dizendo ser necessária devido aos altos números de casos detectados e para que os americanos tenham mais tempo para se vacinar. Até agora, ao menos 15 países dos cinco continentes já registraram casos da variante. "Mais cedo ou mais tarde veremos casos dessa nova variante aqui nos Estados Unidos", disse.

No discurso, feito na Casa Branca, o líder americano descartou a possibilidade de decretar um novo lockdown no país, como forma de conter um possível avanço da ômicron dentro das fronteiras do país.

Joe Biden fala sobre variante ômicron, na Casa Branca, em Washington
Joe Biden fala sobre variante ômicron, na Casa Branca, em Washington - Kevin Lamarque/ Reuters

O democrata ainda reforçou que o governo tem trabalhado com os laboratórios Pfizer, Moderna e Johnson & Johnson para desenvolver planos de contingência, se necessário, para lidar com a nova mutação.

Segundo a OMS, ainda estão sendo feitos testes para avaliar o impacto da variante nas vacinas contra a Covid. Em boletim divulgado no domingo (28), a organização ressaltou que os imunizantes seguem sendo cruciais "para reduzir doenças graves e morte, inclusive contra a variante circulante dominante, a delta".

Nesta segunda, a OMS advertiu que a ômicron representa um "risco muito elevado" para o planeta.

O líder americano também aproveitou para pedir que a população se vacine e volte a usar máscaras em locais fechados, obrigação que deixou de valer em maio e voltou a ser recomendada dois meses depois.

Hoje, segundo o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA), 59% da população americana está completamente vacinada, e 70% receberam ao menos uma dose. No Brasil, são 62,3% e 76,6%.

Mais cedo, Anthony Fauci, principal especialista em doenças infecciosas dos EUA, disse em entrevista à ABC News que os EUA não deveriam impor mais restrições de maneira antecipada à chegada da ômicron.

Já o ministro sul-africano da Saúde, reagindo à recente suspensão de voos da África, pediu, também nesta segunda, o fim das restrições, que chamou de discriminatórias. "As mesmas proibições não foram impostas a outros países onde a variante já foi encontrada", disse Joe Phaahla em discurso para a OMS.

No domingo, o presidente Cyril Ramaphosa fez pedido semelhante ao criticar os países desenvolvidos por terem imposto proibições de viagens automaticamente depois de ouvirem sobre a ômicron. O líder sul-africano também os acusou de não honrar acordos de cooperação mútua no combate à pandemia. "A proibição de viagens não é baseada na ciência nem será eficaz para prevenir a propagação desta variante."

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