Operação militar de Israel na Cisjordânia deixa 3 mortos em meio a crescente tensão

Tel Aviv empreende operação militar na região após série de ataques deixar mais de 10 israelenses mortos

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jenin (cisjordânia) | AFP

Três cidadãos palestinos morreram nesta quinta (14) na Cisjordânia após ataques de Israel, afirmou o Ministério da Saúde da Autoridade Nacional Palestina. O governo do premiê Naftali Bennett realiza uma ampla operação militar no local após ataques matarem ao menos 11 israelenses nas últimas semanas​.

Segundo o ministério, dois jovens morreram no distrito de Jenin e um homem de 45 anos baleado na quarta, em Beita, também morreu horas depois. Moradores relataram à agência AFP que os jovens mortos são Mustafa Abu Al Rub e Shaas Kamamji, este último irmão de um membro da facção Jihad Islâmica.

Militares de Israel durante operação em Husan, na Cisjordânia - Mussa Qawasma - 14.abr.22/Reuters

O Exército de Israel afirmou apenas que continua o que chama de operação de contraterrorismo na Cisjordânia, sem citar vítimas. "Durante a operação, dezenas de palestinos atacaram violentamente os soldados, dispararam contra forças israelenses e lançaram explosivos", disse, em nota, à AFP.

O ministro da Segurança Interna israelense, Omer Bar-Lev, disse, na quarta, quando outros três palestinos foram mortos, que as operações em Jenin cresceriam em intensidade. Bennett já havia dito que deu sinal verde às Forças Armadas para "derrotarem o terror" e que não haveria limites para a guerra.

Desde 22 de março, Israel assistiu a ao menos quatro ataques em seu território, que deixaram civis mortos e feridos. Um dos episódios, no qual dois homens de origem árabe mataram a tiros dois policiais israelenses em Hadera, foi reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico (EI).

Durante o mesmo período, mostra levantamento da AFP, as forças israelenses mataram ao menos 20 palestinos —a cifra engloba homens que perpetraram os ataques. A Jihad Islâmica, em comunicado, descreveu os dois jovens mortos nesta quinta como mártires e ameaçou retaliar a ação. "Não há como deter a ocupação a não ser por meio de resistência e confronto", disse o grupo radical em comunicado.​

O premiê da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, acusou soldados israelenses de "matar por matar". "Não há a menor consideração pelo direito internacional", disse. Líderes palestinos afirmam que Israel deteve ao menos 200 cidadãos desde o início de abril.

Já Hussein Al-Sheikh, do alto escalão da Autoridade Palestina, disse no Twitter que a comunidade internacional perdeu a credibilidade devido ao silêncio diante do que descreveu como derramamento de sangue cometido diariamente por Israel. A escalada do conflito ocorre em meio à celebração muçulmana do período sagrado do Ramadã e na véspera da Pessach, a Páscoa judaica, além da cristã.

Em 2021, durante essa mesma época, fortes tensões em Jerusalém provocaram um confronto armado que durou 11 dias entre Israel e Hamas, que controla a Faixa de Gaza, deixando mais de 240 mortes.

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