Convidado a discursar em uma cerimônia de formatura na Pine View School, em Osprey, na Flórida, o estudante e ativista LGBTQIA+ Zander Moricz disse que foi orientado pelo diretor da escola a não falar sobre seu ativismo nem usar a palavra "gay". Caso contrário, teria o microfone cortado.
Moricz é um dos cidadãos do estado americano que tentam derrubar uma nova lei que restringe o que professores podem falar em sala de aula sobre orientação sexual e identidade de gênero.
Em seu discurso na formatura, no último dia 22, Moricz não mencionou a palavra "gay". Mas foi capaz de dizer quem é e por que defende a causa LGBT. E usou seu cabelo cacheado para dizer o que queria.
"Eu costumava odiar meus cachos", disse Moricz. "Passei dias e noites envergonhado, tentando endireitar essa parte de quem eu sou, mas o dano diário de tentar me consertar ficou grande demais para suportar", acrescentou. "Então, embora ter cabelos cacheados na Flórida seja difícil devido à umidade, decidi me orgulhar de quem eu sou e comecei a frequentar a escola sendo eu mesmo."
Procurado pelo Washington Post para comentar o caso, o diretor da escola, Steve Covert, não respondeu.
Apelidado pelos críticos de "Don't Say Gay" (não diga gay), o projeto de lei foi assinado em 28 de março pelo governador da Flórida, o republicano Ron DeSantis. A lei, que entra em vigor em 1º de julho, proíbe que professores da educação infantil até a terceira série discutam orientação sexual e identidade de gênero em sala de aula e restringe o que os professores das turmas seguintes podem dizer.
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