Descrição de chapéu Governo Biden China

China diz ter expulsado destróier americano e acusa EUA de destruir paz regional

Navio de guerra estava perto das disputadas ilhas Paracel, no mar da China Meridional, em data simbólica na região

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Pequim | Reuters

Pequim acusou os Estados Unidos de atuarem para destruir a paz e a estabilidade regionais após o destróier americano USS Benfold navegar perto das disputadas ilhas Paracel, no mar do Sul da China, nesta quarta-feira (13).

O regime asiático disse que teria afastado o navio depois que ele entrou ilegalmente em águas chinesas e o Exército de Libertação Popular acusou Washington de violar a soberania e a segurança de Pequim. "Os fatos mais uma vez mostram que os EUA são um criador de risco no mar da China Meridional", disse um comunicado da ditadura.

Destróier americano USS Benfold no mar do Sul da China - 13.jul.22/Marinha dos EUA via Reuters

A Marinha americana, em resposta, alegou que apenas afirmou direitos e liberdades de navegação na região, seguindo o direito internacional.

O arquipélago de Paracel —que na China é chamado de Xisha e, no Vietnã, de Hoang Sa— é composto por mais de 30 ilhas localizadas entre as costas dos dois países. A região hoje está sob controle de Pequim, mas é reivindicada por Hanói e por Taiwan, e foi palco de uma batalha naval entre China e Vietnã em janeiro de 1974.

A data para a contenda envolvendo o destróier americano também é simbólica: esta segunda (11) marcou o sexto aniversário de uma decisão do Tribunal Permanente de Arbitragem, sediado em Haia, na Holanda, segundo a qual os chineses não têm base legal para reclamar "direitos históricos" sobre a maior parte das ilhas no mar do Sul da China disputadas com as Filipinas. A China nunca aceitou a decisão.

O USS Benfold também navegou numa região próxima no ano passado, quando completaram-se cinco anos da decisão rechaçada por Pequim.

Em nota, a Sétima Frota dos EUA, divisão da Marinha que opera nos oceanos Índico e Pacífico, negou as acusações feitas pelo regime chinês e disse que a operação demonstra apenas o "compromisso de manter a liberdade de navegação".

Segundo a corporação, a declaração chinesa é a mais recente de "uma série de ações para afirmar suas reivindicações marítimas excessivas e ilegítimas às custas de seus vizinhos do Sudeste Asiático".

O texto alega que a China tem exigido permissão ou notificação prévia antes que um navio militar passe pela região. "Reivindicações marítimas ilegais e abrangentes representam uma séria ameaça à liberdade dos mares, incluindo as liberdades de navegação e sobrevoo, livre comércio e oportunidades econômicas", finaliza a nota.

Na terça (12), em mais um discurso que visava a reforçar a presença americana na Ásia, o secretário de Estado Antony Blinken instou Pequim a cessar o que chamou de "comportamento provocativo" no mar do Sul da China. A resposta chinesa veio nesta quarta.

"Instamos os EUA a respeitarem a soberania, os direitos e os interesses da China no mar da China Meridional e pararem de usar esse assunto para semear discórdia entre os países da região", disse o porta-voz da chancelaria Wang Wenbin. "Isso é extremamente irresponsável."

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