Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Zelenski demite chefe de inteligência e procuradora-geral em meio a suspeitas de traição

Ucrânia investiga mais de 650 casos de colaboração com os russos entre subordinados de demitidos

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Kiev | Reuters

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, demitiu neste domingo (17) o chefe da influente agência de segurança doméstica ucraniana, a SBU, e a procuradora-geral do país, citando centenas de suspeitas de colaboração com a Rússia por subordinados dos dois.

As demissões do chefe da SBU, Ivan Bakanov, amigo de infância de Zelenski, e da procuradora-geral Irina Venediktova, que desempenhou um papel fundamental na acusação de crimes de guerra contra os russos, foram anunciadas em ordens executivas publicadas no site do governo.

Procuradora-geral da Ucrânia, Irina Venediktova em evento em Haia, na Holanda - Piroschka van de Wouw/Reuters

Esta é a demissão de autoridades mais altas do país desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em 24 de fevereiro, forçando toda a máquina estatal ucraniana a se concentrar no esforço de guerra.

Pelo Telegram, Zelenski afirmou que 651 casos de suposta traição e colaboração foram abertos contra promotores e policiais, e que já se sabe que mais de 60 funcionários das agências de Bakanov e Venediktova estão trabalhando contra a Ucrânia em territórios ocupados pela Rússia.

O alto número de casos de traição revela o enorme desafio da infiltração russa enfrentado pela Ucrânia. "Tal série de crimes contra os fundamentos da segurança nacional do Estado levanta questões muito sérias", disse o presidente. "Cada uma dessas questões receberá uma resposta adequada", afirmou.

Tropas russas capturaram e conseguiram manter o controle de partes do sul e do leste da Ucrânia desde o começo da guerra. Ainda não está claro como a região de Kherson, no sul, caiu tão rapidamente nas mãos dos russos, em contraste com a resistência feroz em torno de Kiev, que repeliu forças de Moscou e obrigou o Kremlin a se concentrar na captura da região de Donbass, no leste.

Em discurso transmitido à população, Zelenski ressaltou a recente prisão por suspeita de traição do ex-chefe da SBU que supervisionava a região da Crimeia, a península anexada pela Rússia em 2014, que Kiev e potências do Ocidente ainda veem como território ucraniano.

"Foram coletadas evidências suficientes para denunciar essa pessoa por suspeita de traição. Todas as suas atividades criminosas estão documentadas", disse o presidente ucraniano.

Bakanov foi nomeado para chefiar a SBU em 2019, um de uma série de novos rostos que ganharam destaque depois que Zelenski, um ex-comediante, venceu as eleições no início daquele ano.

Para substituir Venediktova, o presidente nomeou neste domingo Oleksi Simonenko como novo procurador-geral.

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