Descrição de chapéu Governo Biden

Anthony Fauci, principal rosto do combate à Covid nos EUA, anuncia saída do governo

Médico de 81 anos ressalta que mudança não significa aposentadoria; ele esteve no serviço público desde o governo Reagan

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Chicago | Reuters

Anthony Fauci, principal rosto do enfrentamento da pandemia de Covid-19 nos Estados Unidos, anunciou nesta segunda-feira (22) que deixará o Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid, na sigla em inglês), que dirige há quase quatro décadas, no final do ano.

Ele ressaltou, no entanto, que sua saída do governo não significa que está se aposentando. "Pretendo seguir a próxima fase da minha carreira enquanto ainda tenho muita energia e paixão", disse o médico, 81.

O médico Anthony Fauci, diretor do Niaid, em retrato feito na Casa Branca - Mandel Nfan - 21.jan.2021/AFP

Fauci atuou sob sete presidentes dos EUA, começando com Ronald Reagan, lidando com uma vasta gama de ameaças de doenças infecciosas —que incluem a Aids, o ebola e o zika e, mais recentemente, a varíola dos macacos.

Seus esforços para combater a Covid foram aplaudidos mesmo nos momentos em que ele foi vilanizado pelo então presidente Donald Trump, que se opunha frontalmente às estratégias defendidas pelo médico para diminuir a letalidade do vírus —vacinação, distanciamento social e uso de máscaras.

Ao derrotar Trump nas últimas eleições presidenciais americanas, o democrata Joe Biden fez de Fauci seu principal conselheiro médico. Em um comunicado divulgado nesta segunda, ele afirmou que o médico fez os EUA "mais fortes, mais resistentes e mais saudáveis".

Fauci afirma que as ameaças feitas a ele e a sua família durante a pandemia nunca o fizeram pensar em renunciar. "Definitivamente acho que valeu a pena ficar [na função] por todo esse tempo. É triste, mas é um fato como outros que estamos vivendo em uma sociedade muito, muito polarizada hoje", diz.

"Não gosto do fato de que tenho que ter agentes federais armados me acompanhando. Não causa um sentimento bom. Mas é uma realidade, e é preciso lidar com a realidade."

Congressistas republicanos —entre eles, o senador Rand Paul, que Fauci acusa de ter espalhado fake news sobre a Covid— afirmaram que pretendem abrir uma investigação contra o médico caso ganhem controle da Câmara ou do Senado em novembro.

Os EUA foram o país com o maior número de mortes em decorrência da Covid, número que supera o de 1 milhão.

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