Um dos filhos do guerrilheiro Ernesto Che Guevara morreu nesta segunda-feira (29), em Caracas. O advogado Camilo Guevara March tinha 60 anos e foi vítima de um infarto. O líder da ditadura cubana, Miguel Díaz-Canel, confirmou a morte nas redes sociais.
Segundo a agência Prensa Latina, Camilo visitava a capital venezuelana e morreu "por consequência de um tromboembolismo pulmonar que levou a um ataque cardíaco".
Ele era um dos quatro filhos que Che teve com a cubana Aleida March —os demais são Aleida, Celia e Ernesto. A exemplo de outros de seus irmãos, atuou como "embaixador itinerante" da memória do pai, líder do grupo que instaurou o regime comunista em Cuba em 1959.
Che tinha ainda outra filha de um casamento anterior, Hilda Guevara, morta em 1995.
Camilo visitou o Brasil em 1997, por ocasião do "ano Guevara", como foi chamado o 30º aniversário da morte do guerrilheiro. Na época, o advogado fugiu do assédio dos jornalistas, argumentando que o mero sobrenome famoso não o tornava alvo de interesse.
Ele também era crítico da mercantilização da figura de seu pai, cujo rosto foi eternizado em bandeiras, camisetas, canecas e incontáveis itens de merchandising.
Em 2010, durante uma projeção de um documentário sobre Che em um festival de cinema internacional no Canadá, ele afirmou que a comercialização "desmedida e desproporcional" da imagem do revolucionário contribuía para o desaparecimento de sua história e ideologia.
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