Teste de drogas de primeira-ministra da Finlândia dá negativo após vídeo em festa

Sanna Marin foi submetida a exame de urina para diversas substâncias, incluindo cocaína, anfetamina, cânabis e opioides

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Helsinque | AFP e Reuters

A primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, recebeu resultado negativo no teste de detecção de drogas que fez depois da publicação nas redes sociais de vídeos em que ela aparece dançando em uma festa com amigos.

Após críticas virem à tona atacando seu comportamento, Marin decidiu se submeter a um exame de urina para eliminar suspeitas de que ela tivesse ingerido qualquer substância ilegal, incluindo cocaína, anfetamina, cânabis e opioides. Segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira (22) pelo seu gabinete, o teste não revelou a presença de drogas.

Na última semana, um vídeo da primeira-ministra festejando com influenciadores e artistas finlandeses começou a circular nas redes e logo foi publicado por vários meios de comunicação no país e no exterior.

A primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, durante entrevista coletiva sobre o vídeo vazado em que aparece dançando em uma festa
A primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, durante entrevista coletiva sobre o vídeo vazado em que aparece dançando em uma festa - Roni Rekomaa/Lehtikuva/AFP

Quando anunciou que faria o teste, Marin afirmou que nunca usou drogas ilegais —nem quando era mais jovem, antes de entrar para a política—, que sua capacidade de desempenhar as funções oficiais permaneceu intacta nas noites em questão e que ela teria deixado a festa se precisasse trabalhar.

Ela disse que a repercussão incluiu "acusações públicas bastante graves".

Marin, que se tornou a líder de governo mais jovem do mundo em dezembro de 2019, aceitou fazer o teste após pedidos de membros de sua coalizão de governo e da oposição. A líder social-democrata disse que ingeriu bebidas alcoólicas na festa, mas que não viu ninguém usando drogas.

Enquanto muitos a elogiaram por conciliar um cargo cheio de exigências com uma vida privada ativa, outros questionaram sua decisão de se permitir filmar, ainda que com a promessa de que os vídeos não seriam divulgados. Algumas das críticas tinham teor misógino, com internautas e meios de comunicação ressaltando o fato de Marin ser casada e usando palavras chulas para se referir à primeira-ministra.

A Finlândia compartilha uma longa fronteira terrestre com a Rússia e, num momento em que a Europa vive instabilidade em diferentes partes em razão da Guerra da Ucrânia, Marin também foi alvo de críticas de que a participação em festas poderia interferir em sua capacidade de cumprir rapidamente as funções caso uma crise repentina atingisse seu país.

"Se houvesse uma situação de crise, eu teria ficado sabendo antes da meia-noite de sábado", disse ela a repórteres na quinta, acrescentando que as Forças Armadas finlandesas estão bem equipadas para antecipar qualquer emergência militar que possa afetar o país.

Marin já havia sido criticada anteriormente após o vazamento de outro vídeo dela em uma festa. Na ocasião, em dezembro de 2021, ela foi filmada em uma boate pouco depois de ter tido contato com uma pessoa infectada pelo coronavírus. A primeira-ministra, então, pediu desculpas à população, dizendo que agiu errado e que "deveria ter avaliado a situação com mais cuidado".

Após a repercussão negativa do vídeo mais recente, mulheres de vários países se manifestaram nas redes sociais em solidariedade à primeira-ministra finlandesa. Na campanha, elas usam a hashtag #solidaritywithsanna e postam vídeos de si próprias dançando em festas, além de frases como "deveríamos dançar um pouco mais" e "continue dançando, Sanna Marin".

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