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Primeira-ministra da Finlândia se desculpa por festa após ter contato com infectado pelo coronavírus

Sanna Marin e outros membros do governo foram a eventos sociais sabendo que chanceler estava com Covid

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Helsinki | Reuters

​​A primeira-ministra da Finlândia, Sanna Marin, pediu desculpas à população nesta quarta (8) por ter ido a uma boate no sábado (4) pouco depois de ter contato com uma pessoa infectada pelo coronavírus. Fotos e vídeos da social-democrata no local lotado foram publicadas por uma revista finlandesa.

Marin compareceu a uma reunião com o ministro das Relações Exteriores, Pekka Haavisto, na sexta (3) e, um dia depois, foi informada que o chanceler havia recebido o diagnóstico de Covid. "Agi errado", disse ela à emissora pública Yle na noite de quarta. "Deveria ter avaliado a situação com mais cuidado."

A primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, durante entrevista coletiva no Parlamento do país, em Helsinki - Markku Ulander - 8.dez.21/Lehtikuva via Reuters

Ela, porém, não foi a única que manteve atividades sociais após o contato com o ministro infectado. O titular da pasta de Economia, Mika Lintila, participou de uma partida de floorball —espécie de hóquei sem patins— entre Finlândia e Letônia no domingo (5), ainda que tenha sido aconselhado a se isolar.

O ministro da Defesa, Antti Kaikkonen, por sua vez, foi a um jantar no sábado, enquanto a ministra das Finanças, Annika Saarikko, e o ministro da Ciência e Cultura, Antti Kurvinen, cancelaram presença no mesmo evento para evitar contato com outras pessoas.

Antes do pedido de desculpas, a primeira-ministra tentou justificar a ação dizendo que seu secretário de Estado, ao informá-la sobre a exposição ao vírus, disse que os ministros não seriam colocados em quarentena porque todos estavam com esquema de imunização completo.

O gabinete de Marin disse pouco depois que havia enviado aos titulares das pastas duas mensagens de texto no sábado recomendando que evitassem contato com outras pessoas. Desde então, ela e os demais ministros fizeram cada um dois testes para a Covid, que tiveram resultados negativos.

Sanna Marin durante festa em uma boate no sábado (4), após ter contato com um ministro infectado com coronavírus - Reprodução/Revista Seiska

O Instituto de Saúde da Finlândia recomenda, entre outros pontos, que aqueles que tiveram contato com alguém infectado com o coronavírus evitem voluntariamente o contato com outras pessoas até receber o resultado de um teste. Ir ao trabalho, a lojas e a farmácias, ou, então, participar de eventos públicos e reuniões é desaconselhado pelo órgão, já que é difícil evitar o contato próximo nesses locais.

Informações divulgadas pelo instituto nesta quinta (9) mostram que o número de novos casos e de pacientes internados tem crescido no país nórdico. Quase 9.400 novas infecções foram notificadas na semana de 29 de novembro a 5 de dezembro, mais que o dobro do volume registrado entre o final de outubro e o início de novembro.

A incidência de casos por 100 mil habitantes nas últimas duas semanas, encerradas no domingo, foi de 315, taxa que era de 242 nas duas semanas anteriores. Na última semana, 39 novos pacientes foram admitidos em hospitais para cuidados intensivos, número que variava de 20 a 35 nas semanas anteriores.

A Finlândia tem atualmente nove casos confirmados da variante ômicron do coronavírus, detectada no último mês. Sete foram identificados em pessoas de um mesmo grupo que viajaram recentemente para a Suécia, e outros dois foram detectados em pessoas que chegaram da Nigéria e da África do Sul.

Aproximadamente 73% da população do país recebeu as duas doses da vacina, e preocupa o fato de a cobertura vacinal ser menor entre os mais jovens. Até esta quarta, 73% das pessoas entre 16 e 29 anos havia recebido a segunda dose, porcentagem que chega a 90% para aqueles com mais de 50 anos.

A vacinação de crianças de 5 a 11 anos que pertençam a algum grupo de risco ou estejam em contato com pessoas imunodeficientes foi recomendada pelo Instituto de Saúde do país nesta quarta. Por ora, apenas aquelas com mais de 12 anos estão recebendo o imunizante.

Sanna Marin, 36, tornou-se a primeira-ministra mais jovem do mundo em 2019, quando foi escolhida para chefiar o país. Ela comanda um governo com maioria feminina e jovem: todos os outros quatro partidos da coalizão governista são chefiados por mulheres, três das quais também com menos de 40 anos.

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