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Ex-ministro da Justiça da China é condenado a prisão perpétua por corrupção

De investigador a réu, Fu Zhenghua teve sentença de morte aliviada após cooperar em investigações

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Pequim | Reuters e AFP

O ex-ministro da Justiça da China Fu Zhenghua, conhecido por liderar investigações de combate à corrupção, foi condenado à prisão perpétua nesta quinta-feira (22), acusado de aceitar subornos, na esteira de uma decisão que suspendeu a aplicação da pena de morte após a cooperação de Fu em outras investigações.

Antes de assumir o Ministério da Justiça em 2018, o agora condenado foi titular da pasta de Segurança Pública e ficou no centro dos holofotes em 2015, quando coordenou investigações contra Zhou Yongkang, antigo chefe da área e a mais poderosa autoridade da China moderna a ser condenada por corrupção.

Fu Zhenghua, então chefe da Segurança Pública de Pequim, comparece em reunião na capital chinesa, em 2011 - Divulgação - 17.jan.11/via Reuters


Réu confesso, Fu iniciou sua carreira como inspetor de polícia em Pequim. Em julho deste ano, admitiu ter aceitado propinas no valor de 117 milhões de yuans (R$ 85,7 milhões) e foi julgado em um tribunal de Changchun que apontou sua participação em uma "gangue política" de Sun Lijun —mais proeminente figura da área de segurança do país a ser indiciada desde a condenação de Zhou.

Sun era vice-ministro da Segurança Pública quando foi denunciado pelo recebimento de propina. Em janeiro, ele admitiu um conluio com autoridades do alto escalão da pasta para desviar dinheiro e foi acusado de desobediência ao líder Xi Jinping.

A leva de detenções se dá três semanas antes do congresso do Partido Comunista Chinês, no qual Xi espera ver aprovado seu terceiro mandato —o que seria um feito inédito entre os líderes chineses.

Apesar de Sun ainda aguardar sua condenação, há uma série de processos mirando autoridades do setor que ele coordenava.

Nesta quarta, três chefes de polícia, das províncias de Xangai, Chongqing e Shanxi, foram sentenciados a duras penas —um deles também à prisão perpétua. Todos foram acusados de participarem da quadrilha de Sun e de deslealdade ao governo chinês.

Além desses casos, há um de maior envolvimento político. O chefe do comitê jurídico e político do Partido Comunista Chinês em Jiangsu (no leste do país), Wang Like, foi acusado de subornar Sun Lijun e também condenado à prisão perpétua.

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