Ex-padre é condenado a 30 anos de prisão por abuso infantil na Espanha

Segundo tribunal, religioso fingia brincadeiras para tocar em meninos

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Madri | Reuters

A Suprema Corte da Espanha condenou nesta terça-feira (13) um ex-padre a 30 anos de prisão por abusar de sete menores em um internato católico há quase uma década, quando trabalhava como tutor. Seu nome não foi divulgado.

Alegações de abuso infantil por parte do clero católico e possíveis encobrimentos da Igreja surgiram nos últimos meses na Espanha, anos depois que escândalos semelhantes abalaram a instituição em outros países como Estados Unidos, Irlanda, França e Portugal.

Torre de igreja em Barcelona durante o pôr do sol - Nacho Doce - 28.jan.22/Reuters

Autoridades da Igreja não comentaram a condenação. O ex-padre havia negado irregularidades no passado.

A autoridade religiosa da província central de Ciudad Real destituiu o acusado em 2019 e denunciou o caso aos promotores após uma investigação interna sobre abusos cometidos quando ele dava aulas a adolescentes do sexo masculino.

Em sua decisão, o tribunal concluiu que o padre se aproveitou de sua posição para tocar inapropriadamente os genitais dos meninos, durante brincadeiras fingidas em piscinas ou em salas particulares sob o pretexto de "tratamento" médico.

A corte definiu que os toques eram "de caráter claramente sexual" e ainda condenou o homem a pagar uma multa de € 52.920 e uma indenização de € 2.000 a cada uma das vítimas.

O jornal El País noticiou em dezembro que o clero espanhol acumula mais de 1.200 supostos casos de abuso ao longo de sete décadas, e o Parlamento posteriormente encarregou o ombudsman do país de realizar uma investigação.

Angel Gabilondo, disse em comunicado nesta terça-feira que seu gabinete já atendeu 201 vítimas, a maioria homens, nos dois primeiros meses do inquérito, cujas conclusões serão apresentadas ao Parlamento.

"Estamos satisfeitos com a velocidade com que os depoimentos estão chegando e com o número de vítimas que nos abordaram, mas o que realmente importa e nos preocupa, mais do que o número, é ouvir as vítimas e fazê-lo com respeito, seriedade, discrição e confidencialidade", afirmou.

A Igreja Católica espanhola disse estar profundamente entristecida pelos abusos e afirmou que trabalharia com as autoridades e traria transparência, ajuda e reparação às vítimas. Também lançou inquéritos em nível diocesano que estão sendo supervisionados por um escritório de advocacia privado.

Movimentos semelhantes a esse se deram recentemente na França e em Portugal.

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