Rei Charles 3º será coroado em 6 de maio, anuncia Reino Unido

Palácio promete cerimônia que reconheça 'espíritos dos nossos tempos' e seja mais enxuta, apesar da pompa

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Londres | Reuters

O rei Charles 3º será coroado em 6 de maio de 2023, na Abadia de Westminster, em Londres, seguindo uma tradição centenária. A data, um sábado, foi confirmada pela monarquia britânica nesta terça-feira (11).

Filho mais velho da rainha Elizabeth 2ª, Charles, 73, assumiu o trono com a morte da mãe, no último dia 8 de setembro. Sua coroação acontecerá, portanto, quase nove meses depois de sua ascensão ao poder, oficializada em 10 de setembro.

O rei Charles 3º e a rainha consorte Camilla em evento na abadia de Dunfermline, na Escócia - Andrew Milligan - 3.out.22/Pool/AFP

O longo intervalo entre as duas cerimônias é usual e é planejado em respeito ao período de luto pela morte do monarca anterior. O hiato entre os dois ritos no caso de Elizabeth, por exemplo, ultrapassou um ano —a rainha ascendeu ao trono em fevereiro de 1952, mas só foi coroada em junho de 1953.

Esse ínterim é necessário ainda para os preparativos do evento que, coreografado minuciosamente, inclui a coroação da rainha consorte, Camilla. Os planos têm o codinome de Operação Globo de Ouro.

Segundo relatos da imprensa britânica, Charles pretende diminuir um pouco da grandeza habitual em torno da coroação, sabendo que a cerimônia ocorrerá num momento em que o país enfrenta uma crise que tem como principal impacto uma alta no custo de vida da população.

As especulações indicam, por exemplo, que o evento deve ter duração de uma hora, não as três da coroação de Elizabeth, e que haverá um relaxamento do código de vestimenta original. Também a quantidade de convidados deve cair para 2.000; a cerimônia de 1953 reuniu 8.000 pessoas e obrigou a abadia a construir estruturas especiais para permitir que todos os convidados se sentassem.

"A coroação refletirá o papel do monarca hoje e olhará para o futuro, ao mesmo tempo que manterá as raízes de longa data de tradições e pompa", disse o Palácio em comunicado, acrescentando que os elementos centrais do evento ainda estarão presentes, mas "reconhecendo o espírito de nossos tempos".

Reis e rainhas da Inglaterra —e mais tarde da Grã-Bretanha e do Reino Unido— são coroados na Abadia de Westminster desde William, o Conquistador, em 1066. Charles será o 40º monarca dessa linhagem.

A cerimônia é também um evento religioso, que será conduzido pelo arcebispo de Canterbury, líder espiritual da igreja Anglicana, Justin Welby. É ele quem vai colocar a coroa de santo Eduardo na cabeça de Charles —uma peça de ouro maciço, fabricada em 1661, que pesa mais de dois quilos. Depois do ritual de unção do monarca e leituras, Charles lerá o juramento de coroação.

A coroação de Elizabeth, em 2 de junho de 1953, foi a primeira a ser transmitida pela TV, considerada um marco na modernização da monarquia —movimento que seu marido, o príncipe Philip, teria defendido fortemente.

Nem todas as monarquias têm cerimônias de coroação. No regime português, por exemplo, os reis eram aclamados, não coroados, ao assumirem o trono. A tradição foi iniciada pelo primeiro rei da dinastia de Bragança. Após reconquistar a independência de Portugal junto à Espanha, em 1640, dom João 4º entregou simbolicamente sua coroa a uma imagem de Nossa Senhora da Conceição e afirmou que ela seria a "verdadeira rainha de Portugal". O novo soberano até recebia uma coroa —mas não a colocava na cabeça.

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