Biden troca farpas com líder do Irã em feriado da Revolução Islâmica

Tensões entre EUA e Teerã voltam a se acirrar em data que marca invasão da embaixada americana em 1979

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

Os EUA e o Irã voltaram a trocar provocações em meio às celebrações de um episódio fundamental da Revolução Islâmica de 1979 que também marcou o fim das relações diplomáticas entre os dois países.

Na quinta (3), o presidente Joe Biden prometeu "libertar o Irã" num discurso em um comício perto de San Diego, na Califórnia, dirigindo-se a manifestantes que exibiam cartazes em apoio aos protestos que vêm mobilizando o país do Oriente Médio —maior demonstração de oposição ao regime em anos.

O presidente Joe Biden discursa em evento em Carlsbad, na Califórnia
O presidente Joe Biden discursa em evento em Carlsbad, na Califórnia - Sandy Huffaker/Getty Images/AFP

Seu homólogo iraniano, o linha-dura Ebrahim Raisi, respondeu à declaração em um pronunciamento televisionado no dia seguinte. "O Irã foi libertado 43 anos atrás", disse ao americano, em referência à tomada da embaixada dos EUA em Teerã em 4 de novembro de 1979.

Estudantes radicais lideraram a invasão, ocorrida meses depois da derrubada do xá apoiado pelos EUA, Mohamed Reza Pahlavi. Na ocasião, sequestraram 52 funcionários e os mantiveram em cativeiro por 444 dias. O presidente americano à época, Jimmy Carter, chegou a ordenar uma operação militar para libertar os reféns em abril de 1980, mas fracassou —eles só foram soltos em 20 de janeiro de 1981.

O incidente ganhou um feriado para chamar de seu, o Dia Nacional da Luta contra a Arrogância Global, comemorado em atos por todo o país nesta sexta. Nas imagens das manifestações veiculadas por emissoras estatais, aparecem dezenas de milhares de pessoas entoando a canção "Morte à América" e crianças em idade escolar erguendo cartazes em apoio à tomada da embaixada.

As demonstrações pró-regime contrastam com a violência da repressão aos atos que explodiram no país há um mês e meio, com a morte de Mahsa Amini, 22, sob a custódia das autoridades. A jovem havia sido presa pela polícia moral durante uma viagem a Teerã por usar de forma equivocada o hijab, véu islâmico.

Com Reuters

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.