Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia Rússia

Ucrânia acusa Rússia de ataque a prédio residencial que matou ao menos 30 pessoas

Segundo o governo de Dnipropetrovsk, 73 pessoas estão feridas e entre 30 e 40 desaparecidas

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Kiev | Reuters

Um míssil russo atingiu, neste sábado (14), um prédio residencial na cidade de Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, matou ao menos 30 pessoas e feriu outras 73, incluindo seis crianças. A informação é da assessora do governador da região de Dnipropetrovsk, Natalia Babachenko. Entre 30 e 40 pessoas estariam debaixo dos destroços.

Vídeos que circulam em redes sociais mostram equipes de resgate usando guindastes para remover pessoas que estavam ainda dentro do prédio atingido. Os moradores usavam celulares e lanternas para serem identificados.

Equipes de resgate trabalham no local onde um prédio residencial foi atacado por um míssil russo, em Dnipro, na Ucrânia
Equipes de resgate trabalham no local onde um prédio residencial foi atacado por um míssil russo, em Dnipro, na Ucrânia - Serviço de Emergência do Estado da Ucrânia - 14.jan.22/via Reuters

A Rússia disparou uma série de mísseis contra várias regiões ucranianas, forçando civis a se protegerem em abrigos, enquanto sirenes de alerta tocavam em todo o país. Neste domingo, o Ministério da Defesa do país confirmou a onda de ataques e disse que ''todos os alvos designados foram atingidos" –Moscou não mencionou as mortes civis.

Os ataques de sábado foram divididos em dois momentos, um no início do dia e outro no final –o míssil que atingiu o prédio em Dnipro fez parte da segunda leva.

Na primeira, ataques aéreos atingiram infraestruturas de Kiev e de Kharkiv, cidade no leste do país. Na capital, segundo a agência de notícias Reuters, os mísseis atingiram as instalações antes mesmo de as sirenes tocarem, o que é incomum desde o início da invasão russa.

O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Iuri Ihnat, disse que os mísseis russos provavelmente foram disparados ao longo de uma trajetória balística alta, o que explicaria por que a sirene de ataque aéreo não soou. A Ucrânia, disse ele, não é capaz de identificar e abater mísseis balísticos.

Seja como for, ao menos na capital, nenhum dano crítico ou incêndio foi relatado. "Todos os serviços de emergência estão trabalhando no local, e ninguém está ferido", disse o governo militar de Kiev.

Já autoridades de Mikolaiv, Lviv e Odessa disseram que suas defesas aéreas tentavam derrubar mísseis. Além disso, explosões foram ouvidas na região central de Vinnitsia, informou a emissora pública ucraniana Suspilne.

Moscou vem atacando a infraestrutura de energia da Ucrânia com mísseis e drones desde outubro, causando blecautes e interrupções no fornecimento de água e no aquecimento central. Atualmente, a situação é ainda mais crítica, já que o inverno é rigoroso na região –na noite deste sábado, por exemplo, os termômetros de Kiev registravam 3°C negativos.

A Ukrenergo, empresa que administra a rede elétrica, disse que seus funcionários estão correndo para consertar os danos, e que a rede estava enfrentando um déficit de energia causado por ataques anteriores. Mais tarde, o ministro da Energia ucraniano, German Galuschenko, reforçou a situação crítica e disse que os próximos dias serão difíceis. A DTEK, a maior empresa privada de eletricidade, impôs blecautes de emergência em Kiev, na região de Kiev e em Odessa.

Os ataques deste sábado acontecem enquanto forças ucranianas e russas lutam pelo controle de Soledar, pequena cidade de mineração de sal no leste da Ucrânia que há dias tem sido o foco de batalhas. Moscou disse na sexta (13) que suas forças assumiram o controle do município, mas Kiev afirmou que suas tropas ainda estão resistindo.

Paralelamente, o Ministério do Interior da Moldova disse neste sábado que destroços de mísseis foram encontrados no norte do país após os últimos ataques aéreos russos na Ucrânia. Situação semelhante já havia ocorrido no mês passado.

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