Partido de Scholz sofre pior derrota desde Segunda Guerra em eleição em Berlim

Pleito repetido na capital alemã consagra conservador União Democrata Cristã, segundo boca de urna

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Berlim | AFP e Reuters

Os sociais-democratas do primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, sofreram uma derrota neste domingo (12) nas eleições parlamentares regionais de Berlim, ficando em segundo lugar, atrás de seus rivais conservadores, de acordo com pesquisas de boca de urna.

A União Democrata Cristã (CDU) obteve cerca de 28% dos votos, e o SPD de Scholz, 18%, o pior resultado da sigla no pós-guerra. O partido do premiê governava Berlim havia 22 anos, em uma coalizão com os Verdes e o Die Linke, de ultraesquerda. As legendas receberam, respectivamente, 18% e 13% dos votos.

O principal candidato da CDU, Kai Wegner, após votar em Berlim
O principal candidato da CDU, Kai Wegner, após votar em Berlim - Odd Andersen/AFP

"Berlim escolheu a mudança", disse o principal candidato da CDU, Kai Wegner, sobre os resultados, acrescentando que havia um mandato claro para seu partido formar um governo estadual.

A votação pode tirar a prefeita de esquerda Franziska Giffey do cargo bem antes do final de seu mandato. Ela reconheceu a derrota, mas disse que a CDU ainda precisa de uma maioria estável para governar.

"Devemos ver com muita clareza que este resultado mostra primeiro que os berlinenses não estão satisfeitos com o que existe. Eles desejam que as coisas sejam diferentes", disse Giffey.

O pleito repetido deste domingo —ordenado depois que a eleição de setembro de 2021 foi anulada por irregularidades, incluindo longas filas e cédulas incorretas— é mais um item na lista de acusações para aqueles que veem a capital como uma bagunça que desmente a reputação de eficiência da Alemanha.

O SPD parece ter sofrido pelos problemas que acometeram Berlim no ano passado, quando bombeiros e policiais foram atacados com fogos de artifício em bairros habitados principalmente por imigrantes. A oposição acusou a cidade de negligência e lançou um debate sobre o fracasso da política de integração.

As negociações para formar um novo governo de coalizão em Berlim, contudo, parecem complicadas. Antes do pleito, nenhum partido, exceto os liberais do FDP, se dizia disposto a se aliar aos conservadores.

Berlim é um estado regional dentro do sistema federativo alemão, e uma mudança de governo pode repercutir no Parlamento federal. A eleição ocorre em um momento em que o país sofre com a inflação e debate a entrega de armas à Ucrânia para enfrentar a invasão russa.

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