Descrição de chapéu Governo Biden

Ataque dos EUA contra milícias pró-Irã mata ao menos 19 na Síria, diz ONG

Ofensiva ocorreu em resposta à morte de um empreiteiro americano por ataque de drone iraniano, segundo Pentágono

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Beirute | AFP e Reuters

Ataques dos EUA contra grupos pró-Irã mataram ao menos 19 pessoas no leste da Síria, informou a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos, baseada no Reino Unido. A ofensiva ocorreu em retaliação à morte de um empreiteiro americano na última quinta (23).

Dos mortos, três eram soldados do regime de Bashar al-Assad, e 16, milicianos ligados ao Irã, sendo que 11 tinham nacionalidade síria.

O presidente dos EUA, Joe Biden, em entrevista coletiva no Canadá - Blair Gable - 24.mar.23/Reuters

Na quinta-feira, um ataque de drone de origem iraniana atingiu uma base da coalizão internacional antijihadista liderada pelos EUA perto de Hasake, no nordeste da Síria, matando um empreiteiro e ferindo outro, além de cinco soldados, de acordo com o Pentágono.

Segundo o jornal The New York Times, duas autoridades do governo americano disseram que o principal sistema de defesa aérea da base não estava totalmente operacional no momento, levantando questões sobre se os atacantes detectaram essa vulnerabilidade e a exploraram, ou simplesmente enviaram o drone naquele momento.

Não ficou claro o motivo para que o sistema não estivesse totalmente funcional e que diferença isso fez na defesa da base. O sistema de defesa antimísseis Avenger, chamado RLZ, podia estar em manutenção, segundo um dos oficiais envolvidos.

O conflito escalou nesta sexta-feira (24), quando forças americanas e iranianas atacaram umas às outras com foguetes.

Apesar da ofensiva, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, garantiu, durante entrevista coletiva no vizinho Canadá, que seu país não busca entrar em conflito com o Irã de jeito nenhum, mas que está preparado para "agir com força" para proteger os americanos.

Keyvan Khosravi, porta-voz do principal órgão de segurança do Irã, respondeu que "qualquer pretexto para atacar bases criadas a pedido do governo sírio para lidar com o terrorismo e elementos do Estado Islâmico neste país terá uma resposta imediata", de acordo com a agência de notícias semi-oficial Nournews.

O Irã afirma que suas forças e combatentes aliados estão na Síria a pedido de Damasco e vê as forças dos EUA como ocupantes.

Cerca de 900 soldados dos EUA estão na Síria como parte de uma coalizão internacional que luta contra o que resta do grupo terrorista Estado Islâmico. Os militares são alvos frequentes de ataques das milícias.

O Irã é um grande apoiador do ditador Bashar al-Assad na Guerra Civil síria, que já dura 12 anos. Grupos iranianos e seus aliados estão estabelecidos nas áreas próximas à fronteira com o Iraque, que constituem um importante ponto de passagem de armas para Damasco.

O combate entre os americanos e as forças pró-Irã, um dos mais graves desde 2019, ameaçam acabar com os esforços recentes para diminuir as tensões no Oriente Médio. Na região, as potências rivais Irã e Arábia Saudita deram passos em direção à reaproximação nos últimos dias, após anos de conflito.

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