Descrição de chapéu Guerra da Ucrânia

Putin fecha acordo com Lukachenko para posicionar armas nucleares na Belarus

Presidente russo já havia sinalizado medida antes da Guerra da Ucrânia e agora formaliza prazo de seu início

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Reuters

A Rússia fechou um acordo com a vizinha Belarus para posicionar armas nucleares táticas em seu território, informou a agência de notícias Tass neste sábado (25), citando o presidente Vladimir Putin.

O líder russo argumentou que a medida não violaria os acordos de não proliferação nuclear e que os Estados Unidos também posicionaram armas nucleares no território de aliados europeus.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao lado do ditador da Belarus, Aleksandr Lukachenko, durante encontro em Minsk
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ao lado do ditador da Belarus, Aleksandr Lukachenko, durante encontro em Minsk - Konstantin Zavrajin/Pool - 19.dez.22/Sputnik via Reuters

O ditador da Belarus, Aleksandr Lukachenko, há muito levanta a questão de estacionar armas nucleares táticas no país, que faz fronteira com a Polônia, afirmou Putin.

De acordo com as informações disponíveis até aqui, Moscou terá concluído a construção de uma instalação de armazenamento de armas nucleares táticas na Belarus até 1º de julho. Putin ressaltou que a Rússia não vai transferir o controle das armas para Minsk.

O país já estacionou dez aeronaves na Belarus capazes de transportar armas nucleares táticas. Em dezembro de 2021, antes da Guerra da Ucrânia ter início, Putin já havia anunciado que posicionaria armas nucleares no país vizinho se considerasse que a segurança da Rússia estivesse em risco devido à ação da Otan.

Embora a Belarus não possua armas nucleares próprias, o país é um importante aliado de Moscou e permitiu que seu território fosse usado por tropas russas durante a guerra no Leste Europeu.

Os Estados Unidos reagiram ao anúncio do acordo. Um alto funcionário do governo americano disse que Rússia e Belarus já conversavam sobre o plano no ano passado e que não havia sinais de que Moscou planejava usar suas armas nucleares.

O acordo ocorre em meio à crescente tensão nuclear entre Rússia e EUA. Em fevereiro, Putin anunciou a suspensão da participação de seu país no último acordo de controle de mísseis estratégicos vigente, o Novo Start, que já cambaleava devido à falta de inspeções mútuas de instalações com armas nucleares.

O Novo Start, vigente desde 2010 e válido em tese até 2026, prevê que tanto EUA quanto Rússia, que detêm 90% do arsenal nuclear mundial de 13 mil bombas atômicas, mantenham no máximo 1.550 ogivas do tipo estratégico, aquelas destinadas a arrasar cidades, em prontidão.

Trata-se de uma quantidade mais do que suficiente para obliterar a civilização, mas ao menos estabelecia um princípio de confiança mútua —Donald Trump já havia deixado outros dois acordos com esse fim.

Já Serguei Choigu, o ministro da Defesa russo, afirmou recentemente que a tensão entre as potências mundiais em decorrência do conflito na Ucrânia está levando a Rússia cada vez mais próxima de uma "colisão nuclear" com os EUA e seus aliados do Ocidente.

"Há cada vez menos e menos passos para uma colisão nuclear", afirmou ele, ao comentar com repórteres o fato de que os britânicos enviarão munição com urânio empobrecido, especial para romper proteção blindada, com os 14 tanques que doarão à Ucrânia.

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